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Opinião: “Entre Educação e Trabalho”

19 de agosto às 11h40
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Este é, para a maioria dos players no ensino superior, um momento de férias: Universidades e Politécnicos estão a meio gás; alunos gozam o merecido descanso; docentes “desligam” ou colocam em ordem os trabalhos que exigem concentração absoluta (num cartoon lia-se: Professor: “estamos de férias? Ótimo, agora já posso trabalhar sossegado!”). Estas “férias” são também momento de síntese e sistematização nesta coluna Digitais e Digitalizados, que cumpre hoje o seu 12º artigo, onde se tem ido ao encontro de tópicos relacionados com Educação (Ensino Superior) e Trabalho (nos seus múltiplos desafios e oportunidades).
Sensibilizou-se para pensar em igualdade para as mulheres na tecnologia: a urgência de sermos em maior número, escolhermos e podermos liderar e da importância de dar a conhecer oportunidades às mais jovens, apresentando “role models/mulheres de sucesso. As mulheres continuam sub-representadas em todos os cargos de chefia, particularmente nos de maior destaque nas empresas, e não apenas nas tecnologias: mesmo em áreas onde as mulheres são em maior número, como no Ensino Superior, há escolas que nunca tiveram uma mulher “ao leme”. Apenas 17% dos estudantes de TIC na União Europeia são raparigas. A desigualdade é também salarial e também o será na reforma: as mulheres em TIC ganham menos 19% do que os homens.
Identificaram-se alguns desafios do trabalho, da aprendizagem e da forma são encarados pelos jovens: hoje assume-se, em especial no Ensino Superior, que os atuais alunos, nativos digitais, sabem tudo de tecnologia, mais do que o suficiente para pesquisarem e optarem pelas ferramentas mais adequadas aos diversos contextos, mas não se ensina que comportamentos são os que melhor promovem a comunicação e a compreensão da mensagem. Nunca foi tão fácil aprender algo, nem esteve tão acessível, com qualidade e validação globais, nem foi tão prático e barato, permitindo-nos frequentar o curso que desejaríamos e aprender de forma autónoma qualquer conteúdo.
Elencaram-se oportunidades do trabalho no futuro: sobre como se perspetivam para 2030 as competências fundamentais em Big Data, Analytics ou análise de dados, Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT) e Realidade aumentada; como os cientistas de dados se têm destacado – e vão continuar a destacar-se – e em como podemos hoje ser nómadas digitais e repensar onde trabalhamos e como. Também o Setor Público precisa de competir por profissionais aptos tecnologicamente e, tal como as empresas privadas, desenvolver políticas de atração, retenção e bem-estar das suas pessoas.
Para refletir, nos próximos artigos, ficam as formas de o Ensino Superior se readaptar a alunos em sala de aula, quais dos novos métodos de ensino e aprendizagem, agora aprendidos, continuarão em uso e serão rentabilizados; como o trabalho e a aprendizagem se valorizaram com os desafios enfrentados; no fundo, para onde pretendemos ir com o que acabámos de aprender em contexto tão adverso?

Pode ler a opinião de Isabel Pedrosa na edição impressa e digital do DIÁRIO AS BEIRAS

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