Opinião: Uno e indivisível
Só o futuro nos confiará a certeza que a política portuguesa nos trará surpresas agradáveis!
Os favores políticos e de família, semelhantes aos que pontificavam no Estado Novo, trouxeram ao sistema democrático os mesmos vícios perversos.
Poderemos afirmar que existe uma diferenciação, é certo, mas os actos foram, são, os mesmos. Urge mudar!
Tudo poderá ficar diferente em Janeiro se as “cabeças esfriarem” e os líderes olharem para o país como um todo, e não só como a soma das partes!
Afirmei que será decisivo mudar, porque uma nova geração está a nascer e o nosso legado deverá ser diferente.
Defendo há muito que deve existir uma convergência ao centro. Esta será a única forma de se fazerem as reformas necessárias, decisivas, para construir de forma consistente um Estado europeu.
Estar na Europa não é o mesmo que pertencer à europa! Uma questão geográfica que nos coloca no centro do mundo, e ao mesmo tempo ser decisivo na sua construção!
O Povo, os cidadãos como gosto de dizer, olham para a próxima geração de políticos com uma renovada esperança. Terão eles, os próximos, qualidade para tal? Tenho de acreditar que sim embora subsistam grandes dúvidas!
Nada poderá ficar como dantes!
Os cidadãos deverão estar no centro das preocupações, dado que é de absoluta necessidade construir novas políticas de proximidade.
Não será nunca mais possível que o interior do país – não será crime denominar interior a um espaço territorial a menos de 2 horas de centros urbanos de maior dimensão? – não conseguir ter médicos das várias especialidades para atender à saúde.
Não poderá ser mais admissível que um tribunal demore uma eternidade a julgar um processo.
Será um atentado ao desenvolvimento que uma autarquia – seja ela qual for – demore um ror e horror de tempo para aprovar ou reprovar um projecto.
Será impossível imaginar uma região que não se regenere e não avance para outros patamares de mobilidade.
Continuaria a elencar “coisas” que deverão ser feitas. E já não teremos muito mais tempo. Porque já deveríamos estar noutro patamar de desenvolvimento.
Poderão tomar como bom o argumento da pandemia, é certo. Mas não justifica tudo. E já não é pouco!
Será que a regionalização irá fazer parte do programa dos partidos políticos, devidamente calendarizada a sua discussão, para que não hajam desculpa de mau pagador? É uma exigência nacional!
As várias regiões a concorrer entre si será um sinal de vitalidade porque não é necessário construir um sistema de unidade nacional, porque o país é uno e indivisível!
É preciso construir, cada uma a cada uma, uma ideia regional de desenvolvimento que não deixe ninguém ao abandono.
Ninguém perde, todos ganharemos!