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Tribunal autoriza adjudicação de obra contestada num lanço do Metrobus

10 de julho às 10h08
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O tribunal autorizou a contratação da obra para a instalação do Metrobus em Coimbra entre o Alto de São João e a Estação Nova, disse ontem o presidente da Câmara de Coimbra.
“Acaba de ser desbloqueada a empreitada” do lanço do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) entre o Alto de São João e a Portagem/ Estação Nova, disse ontem à Lusa Manuel Machado.
O Tribunal Administrativo e Fiscal deu razão aos responsáveis pelo empreendimento, na sequência da contestação apresentada por um dos concorrentes que não venceu o respetivo concurso público internacional para a empreitada, especificou o autarca, que teve conhecimento da decisão na quinta-feira.
Além da criação daquele lanço para circulação do Metrobus, em plena área urbana, parte deste trajeto será objeto, essencialmente na zona da Solum, de outras intervenções, designadamente para renovar as redes de saneamento e de distribuição de água e para criar galerias técnicas, para que cabos de eletricidade e de comunicações, entre outros, passem a ser subterrâneos, sublinhou Manuel Machado.
O SMM naquele mesmo troço também vai permitir – em articulação com o novo meio de transporte e com a requalificação da margem direita do Mondego – importantes alterações na circulação rodoviária e criação de áreas pedonais, designadamente entre a Avenida Emídio Navarro e a Estação Nova, como no Largo da Portagem, no centro da cidade, que se tornará numa “grande praça”.
Não menos significativo, para o SMM e no plano urbanístico, é a intervenção em curso na Baixa histórica, com a abertura da Avenida Central, obra essencial para a criação da linha de ‘metrobus’ de ligação à Alta da cidade e aos hospitais, designadamente da Universidade e Pediátrico.
A abertura daquele canal na Baixa é uma “intervenção ambicionada pela cidade há quase 100 anos, que teve vários planos, mais ou menos ambiciosos”, e que, “do ponto de vista urbano”, representa “uma mudança radical”, e é essencial para a ligação aos hospitais (linha que deverá ficar concluída no final de 2023 e entrar em funcionamento no início do ano seguinte), disse à Lusa o presidente da sociedade Metro Mondego (MM), João Marrana.

“Dar vida
ao coração da cidade”
A MM vai, por isso, promover hoje, pelas 11H00, uma visita guiada à empreitada da criação da Avenida Central, “aberta ao público em geral e à comunicação social, com o limite máximo de 30 participantes”, para que as “pessoas possam acompanhar o evoluir desta obra”, que liga os Paços do Concelho e a Igreja de Santa Cruz à beira-rio.
“Queremos partilhar com a população a evolução deste processo” e o andamento da obra, sintetiza o presidente da MM.
Trata-se de uma visita de “auditoria pública e de transparência”, para “mostrar aos cidadãos que o grande obstáculo para a instalação do ‘metrobus’ fica resolvido” e “o interesse público da operação” que “vai dar vida ao coração da cidade”, sublinha o presidente da Câmara.
O SMM “consiste na implementação de um Metrobus, utilizando veículos elétricos a baterias que irão operar no antigo ramal ferroviário da Lousã e na área urbana de Coimbra”, ligando esta cidade a Serpins, no concelho da Lousã, com passagem em Miranda do Corvo, numa extensão de 42 quilómetros.
Das quatro empreitadas que integram o projeto do SMM, para além da Avenida Central e do troço Alto de São João – Portagem/Estação Nova, está em execução a obra do lanço entre Serpins e o Alto de São João e está em concurso a ligação da Estação Nova à gare de Coimbra B.
A linha entre Serpins e Portagem (Coimbra) deverá ser a primeira a entrar em funcionamento em 2023, seguindo-se o lanço entre a Estação Nova e Coimbra B e, finalmente a Linha do Hospital.
A Comissão Europeia aprovou a contribuição financeira de 60 milhões de euros que estava prevista para fazer avançar o SMM, anunciou em janeiro o Governo.
“A esta aprovação corresponde a atribuição de um apoio do Fundo de Coesão no valor de 60 milhões de euros e um investimento elegível total no montante de mais de 89 milhões de euros”, informou então o gabinete do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

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