Opinião: Solidariedade em tempos de guerra
Temos muita sorte em termos nascido num país pequenino e calminho como Portugal.
É no que penso muitas vezes, e especialmente agora, quando vemos as imagens do terror que se vive na Ucrânia, bem aqui ao lado da União Europeia.
Famílias separadas, crianças órfãs, caminhadas desesperadas em fuga, um drama sem fim.
Enquanto os políticos estavam ainda ocupados em iluminar monumentos com as cores da bandeira daquele país invadido, já muitos anónimos se inquietavam com as pessoas.
Porque se trata de pessoas como nós, que estão a ser atacadas e que nada fizeram por isso. Pessoas inocentes.
É então que fico com orgulho, não tanto nas instituições ou nos políticos, mas nas pessoas. Heróis anónimos que não se ficam pelas palavras quando toca a ajudar o próximo.
A quantidade de indivíduos que se mobilizam em situações de crise é impressionante.
Sei que em Portugal muitos são os donativos e as empresas de transportes que se disponibilizaram para levar bens de primeira necessidade até às fronteiras da Ucrânia.
Por aqui na Bélgica são também múltiplos os pontos de recolha de dádivas que serão também transportadas para os mais necessitados.
Mas os emigrantes portugueses também não ficaram parados.
Vários são os grupos de voluntários, entre associações e empresas de pesados lusas, para levar as doações mais perto da fronteira ucraniana.
Mais, os emigrantes deram também as mãos para criarem, através das redes sociais, uma “bolsa de alojamentos” disponíveis para quem esteja a caminho de Portugal por via terrestre.
Apenas a oferta de uma boa cama e de uma sopa, no caminho da fuga para voltar à terra natal ou para ir para junto da família ucraniana residente em Portugal.
Gestos simples mas cheios de significado e de execução simples, sem complicações nem politiquices… Não podemos acabar com a guerra, mas se todos dermos um pouco podemos fazer a diferença para quem atravessa este período tão negro da sua história!