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Opinião: Sobre o que realmente importa

04 de outubro às 11h32
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A par da emergência climática que a todos convoca, não haverá muitos mais temas tão estratégicos e relevantes para a nossa sociedade atual quanto o do envelhecimento populacional e dos impactos demográficos. Apesar disso, não se discute e analisa o suficiente.
A população total da União Europeia vai diminuir até 2050, de acordo com o Eurostat. Seremos 441,9 milhões, quando em 2019 éramos 446,8 milhões.
Quando olhamos para a população de idosos (com 65 anos ou mais) da UE, esta aumentará significativamente, passando de 90,5 milhões no início de 2019 para 129,8 milhões em 2050. Em contraste, as últimas projeções mostram que haverá menos 13,5% de pessoas com menos de 55 anos na UE. Digno de registo é o número de centenários ( 100 anos ou mais) projetado crescer de 96.600 em 2019 para cerca de meio milhão (.484.000 ) em 2050! Em suma, seremos menos europeus e muito mais envelhecidos.
No passado dia 1 de outubro, celebrou-se o “Dia Internacional das Pessoas Idosas” e, este ano, a ONU definiu como tema a “Equidade Digital para Todas as Idades”. Não poderia ter feito melhor escolha, visto que a tecnologia e a digitalização trazem consigo riscos elevados de aprofundamento das desigualdades e de discriminação entre as diversas gerações.
É sabido e provado que os mais velhos – nos antípodas dos nativos digitais – têm muito menos competências digitais e menor acesso à internet, pelo que a quarta revolução industrial e o processo de transição digital por que estamos a passar devem dar particular atenção aos idosos, que serão cada vez mais. Isto passa por conectar mais regiões rurais e remotas, combater a desinformação que tem nos idosos terreno fértil, adotar programas de inclusão e qualificação digital do idoso, desenvolver o design de produtos digitais para os mais velhos, entre outros.
O envelhecimento demográfico impacta nos sistemas de saúde e assistência social, mercados de trabalho, finanças públicas e direitos de pensão, mas a tecnologia não deve ser um fator de agravamento. Ao invés.

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