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Opinião: Não há mais tempo a perder

01 de novembro às 17h51
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Há dias ouvia da boca de um Diretor-Geral da Comissão Europeia, que se geram 5gm/CO2 por cada folha de papel produzida. Isto a propósito da poupança gerada com os 700 milhões de certificados digitais COVID emitidos apenas na UE até ao momento. Metade dos 1.4 mil milhões a nível global. Um bom exemplo de impacto verde positivo pela via digital.
Ora, feliz coincidência! Na mesma semana em que o mundo se reúne, em Glasgow, na “COP26” para uma das derradeiras conversas sobre medidas a tomar para fazer face às alterações climáticas; em Lisboa, decorre mais uma edição da “Web Summit”, um dos eventos globalmente mais importantes sobre tecnologia.
A “transição gémea” mostra-nos que o digital e o verde andam inexoravelmente de mãos dadas. Um não existe sem o outro. Nas vantagens como nos riscos. E, em ambos os casos, existem traços comuns: os Estados não podem fazer tudo sozinhos, dependendo em grande medida do empenhamento e do compromisso do setor privado. Este último pode atingir-se por algumas vias: impondo-se pela regulação, subsidiando-se a transição e estimulando-se a pro-atividade. Todas cumulativas, portanto.
O exemplo acima do DG da Comissão tem outra relevância: foi por ora um sucesso relativo na partilha de dados. Ou seja, um dos passos mais importantes para o alinhamento das agendas da sustentabilidade e da transição digital na Europa (e no Mundo) depende da criação de espaços comuns de dados abertos, partilháveis, interoperáveis, que são atualmente a matéria prima de qualquer ambição tecnológica. Os governos têm aqui um papel fundamental ao dar o exemplo com tantos dados do domínio público, mas as empresas devem abrir-se e partilhar cada vez mais, sobretudo quando em causa interesses coletivos, fundamentais e civilizacionais.
Em Lisboa e em Glasgow, esta semana, falar-se-á do mesmo: do futuro. Num caso, tendo por pano de fundo, as vantagens da inovação e do conhecimento; e, no outro, os riscos e as ameaças dos comportamentos humanos. Acontece, que as agendas devem ser cruzadas e, por isso mesmo, nunca como hoje o mundo dependeu tanto do conhecimento humano para a respetiva sobrevivência, sendo a tecnologia a principal ferramenta para esse desiderato coletivo.

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