Opinião: A cobertura do Coliseu Figueirense resolveria a falta de um espaço multiusos na cidade?

Não. A cobertura do Coliseu apenas mitiga o problema da falta de um espaço multiusos, não o resolve na totalidade. Aquele edifício com 125 anos, icónico da cidade, beneficiará com uma cobertura, naturalmente, porque poderá ser um espaço cultural multifacetado sem depender de condições climatéricas.
Com capacidade para 6 mil pessoas, ficaria numa posição privilegiada na região para grandes eventos de massas. Poderá ser, pontualmente, palco de eventos desportivos mas nunca poderá ser a “casa” de competições desportivas oficiais ou de congressos. Para tal, a instalação da cobertura teria de ser acompanhada de uma massiva intervenção estrutural já que o edifício não garante as condições mínimas exigidas para competições oficiais, por exemplo em termos de balneários, ou a nível de conforto e sonorização, no caso dos congressos.
Admito que, com grande investimento, o edifício possa ser dotado de tais requisitos, mas ficará sempre a faltar um pavilhão para a prática de futsal ou até futebol de praia no inverno, por exemplo, já que a arena não tem medidas suficientes.
A cobertura permite usufruir mais daquele espaço e isso valoriza-o enquanto imóvel de interesse histórico mas para o transformar no espaço que a cidade precisa, pode não ser possível sem o descaracterizar. Pensar num espaço multiusos, dotado de todas as exigências arquitetónicas e técnicas atuais, é incontornável.