Negócio fraco e opiniões divididas sobre as obras a decorrer no Mercado Municipal de Coimbra
Logo à entrada do piso zero, depois de atender os poucos clientes na sua banca, Maria Silva é a primeira a queixar-se. “Está muito fraco o mercado”, assegura a vendedora de legumes.
Menos sorte tem Rui Ferreira. O vendedor de roupa, há 40 anos, trabalha no primeiro piso e, como o trabalho é pouco, aproveita para ler um jornal. Mesmo assim, o comerciante concorda com Maria Silva. “Nestes últimos anos o negócio tem sido péssimo. Já são demasiadas grandes superfícies perto que retiram pessoas”, lamenta.
Ontem, de manhã, não havia mais do que 50 clientes. Muitas bancas estavam vazias, os corredores pouco preenchidos e a conversa era feita maioritariamente entre os comerciantes.
Na secção de peixaria e mariscos, Mário Coelho destaca o impacto do covid-19. “O negócio enfraqueceu, as pessoas continuam com medo de vir ao mercado”, reforça o peixeiro, há 33 anos no mercado.
Maria Tomás, gerente de uma frutaria no primeiro piso, salienta outras estratégias para manter o negócio vivo: “Não temos tanta gente como antes do covid-19, mas passámos a entregar os nossos produtos em casa dos nossos clientes habituais”.
A “Refuncionalização do Mercado D. Pedro V” é uma das 12 iniciativas do Município de Coimbra que acabam de ver aprovado, ou reforçado, o apoio de fundos comunitários.
Assim, o Programa Centro 2020 atribui mais 348.251,40 euros àquele empreendimento municipal, informou, ontem, a CCDRC. Desta forma, a comparticipação da União Europeia quase atinge os 1,245 milhões de euros para uma obra que vai criar 12 espaços de comida, uma cafetaria, três praças no piso 1 e um restaurante sobre a galeria do Mercado do Peixe.
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