PS da Figueira da Foz critica abertura ao público de edifício em estado “pouco digno”
O PS da Figueira da Foz lamentou hoje que o executivo municipal liderado pelo independente Pedro Santana Lopes pretenda abrir ao público as portas do Paço de Maiorca, que se encontra num estado “pouco digno”.
“Sendo a situação em que se encontra resultado de vicissitudes várias, desde uma parceria público-privada ruinosa que remonta a 2008, passando por empresas municipais que, por imposição legal, tiveram de ser extintas, e ainda pela impossibilidade legal de a autarquia lá poder investir”, explicou Carlos Monteiro, ex-presidente da Câmara e presidente da Concelhia do PS.
A iniciativa Ver para Crer, anunciada na quinta-feira pela Câmara, vai permitir ao visitante “tomar consciência das atrocidades culturais cometidas num dos mais notáveis edifícios de caráter civil, datado de finais do século XVII”.
“O passado sublime de há 20 anos de um espaço patrimonial icónico e de inegável interesse para o município deu lugar a um ciclo ruinoso, na sequência de manifestas decisões imponderadas, com consequências quase irreversíveis”, referiu, em comunicado, o município liderado por Santana Lopes.
Os socialistas consideraram que a abertura ao público de um edifício “em estado pouco digno, em nada o honra, nem aos maiorquenses e figueirenses em geral”.
“Custa-nos, desde logo, crer que a página do município sirva para este tipo de apelo”, referiu Carlos Monteiro, salientando que o edifício em causa, adquirido pelo município no anterior mandato do atual presidente [1998-2002], foi deixado “ao abandono, no mínimo, até 2009”.
Em outubro de 2009, “parte do mais marcante património municipal estava abandonado e em elevado estado de degradação – o Mercado Municipal, o Castelo Engenheiro Silva, a Quinta das Olaias, o Mosteiro de Seiça, a Piscina Praia e o Paço de Maiorca, entre outros”, recordou.
“Associada a esta situação tinha o município da Figueira da Foz uma situação de rutura financeira e de nenhuma credibilidade junto dos fornecedores”, frisou o ex-presidente da Câmara, referindo que entre 2009 e 2021 “foi possível recuperar tanto a credibilidade como a situação financeira da autarquia”.
O pagamento a fornecedores “passou de mais de 365 para 30 dias e pagaram-se mais de 60 milhões de dívida dos 92 milhões encontrados”.
Segundo Carlos Monteiro, “o roteiro da desgraça reduziu-se bastante, e, simultaneamente, a situação financeira da Câmara melhorou muito”.
“Podemos dizer: ‘deixem de se lamentar, deixem de mostrar o que está mal, apresentem ideias e projetos’” para recuperar o edifício.
“Não tivéssemos de pagar mais de 60 milhões de dívida e todos estes edifícios estariam hoje reabilitados e ao serviço de todos, mas é mais fácil a lamentação do que a ação”, sublinhou.