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Opinião: Votar duas vezes

17 de fevereiro às 11h14
1 comentário(s)

Há 27 anos que uma percentagem importante dos votos dos emigrantes são anulados, sem que nada se faça a este respeito.

27 anos de discussões inócuas e inúteis em torno de uma aberração histórica.

Para não variar, este ano, mais de 80 por cento dos votos dos emigrantes do círculo da Europa nas legislativas de 30 de janeiro foram considerados nulos.

Possivelmente o meu também, no meio dos 157 mil votos anulados.

Esta semana arranjou-se uma solução de recurso – repetir tudo de novo-, que adia a tomada de posse e os resultados finais.

No meu último texto escrevi sobre a falta de representatividade dos emigrantes no seio do Parlamento Português.

Agora confirmo que, na realidade, a votação dos emigrantes é levada com enorme leviandade pela “amada pátria”.

Tudo porque a maioria das mesas de voto validou votos que não vinham acompanhados de cópia do cartão de cidadão do eleitor (como exige a lei e como vinha bem explícito nos documentos que acompanhavam o boletim de voto por correspondência).

Como esses votos foram misturados com os votos válidos, acabaram por se anular os resultados de dezenas de mesas (votos válidos e inválidos), por ser impossível distingui-los uma vez na urna, depois do protesto de um partido político.

Agora, anunciam a repetição das eleições na Europa para o final deste mês.

Que há poucos emigrantes portugueses a votar, é também um facto – no círculo da Europa votaram pouco mais de 20% dos inscritos nos cadernos eleitorais.

Mas, visto de um outro prisma, ainda votam muitos.

Porque, se em todas as eleições desde há 27 anos se anulam votos da emigração, compreende-se a frustração de quem desiste de exercer o seu dever cívico.

Além disso, votando 100 ou 900 mil, o círculo dos emigrantes elege sempre 4 deputados ( 2 pela europa e 2 pelo círculo de fora da Europa).

Com este constante circo, até admira que o número de votantes tenha vindo a aumentar no estrangeiro.

Não será tempo de olhar para este problema de uma forma séria e consequente?

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1 Comentário

  1. Poortugues diz:

    Diga-me lá… se não mora em Portugal porque é que tem direito a escolher os deputados de Portugal?
    Se, e tem todo o direito de o fazer, resolveu ir viver para outro país, deixe que os que cá ficam escolham quem os governa.

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