Opinião: Um imenso manicómio?

Não resisto em começar este meu breve, brevíssimo texto com um poema de Sidónio Muralha, “Boa Noite”, numa colectânea de poesia organizada por Sophia de Mello Breyner Andresen, intitulada, Primeiro Livro de Poesia para a infância e adolescência.
A zebra quis/ir passear/mas a infeliz/foi para a cama – teve de se deitar/porque estava de pijama.
Todos sabemos que há um país – o nosso – que está há longo tempo confinado.
Só que existem vários tipos de confinamento.
Todos usamos o termo, porque além de estar na moda, tem um significado muito duro e violento, como se a nossa liberdade estivesse em causa.
Todos, melhor, quase todos, percebemos o que são situações de excepção.
E não vale a pena “assobiar para o lado, fingir que nada acontece, que não é nada connosco, mas apenas com outrem. Porque, “quando toca a finados” sobra para toda a gente!
Já todos demos conta que, quem era idiota antes da pandemia se mantém agora…e no futuro! A coisa não passa só porque sim!
Algumas instituições de grande responsabilidade, se calhar com líderes pouco recomendáveis, continuam a brincar com dinheiro público!
Tivessem eles a responsabilidade de fazer um esforço suplementar, pensar – difícil, não é? -, para colocar comida na mesa, e naturalmente que o seu trabalho já azedava! Como não azeda, o que “vier atrás do último” que feche a porta!
Com esta brincadeira, nacional porreirismo, de não se avaliarem causas para se prevenirem consequências, os erros e omissões saem sempre caro aos contribuintes.
Contribuintes, ricos ou pobres, todos são afectados, mais os pobres, a quem uns cobres fazem mais falta do que milhares a uns outros.
E são sobretudo esses contribuintes que mais deverão ser respeitados, porque trabalham de sol a sol, que se esforçam por vezes muito para além do desejável, para se manterem dignos…mas continuarem pobres.
Pegar nessa fauna que não cumpre, levantá-los da cama bem cedo, levá-los a pastorear ovelhas e cabras com uma marmita ao ombro, andar “por lá” até o gado se cansar, e saborear apenas a noite e o dia de Natal, o feriado da aldeia, a Sexta-Feira Santa e o Dia de Páscoa, e respeitariam essa gente que “paga a décima”!
Depois dessa jornada, dura, se um dia pensarem que foram visitar alguém a um hospício, não é verdade; estão lá internado