Opinião: Quem vai ganhar: Rendeiro ou Portugal?
Em Portugal, segundo a versão oficial, o colapso do Banco Privado Português, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
Já o antigo presidente do BPP, João Rendeiro, mantém que foi alegadamente alvo da mais alta corrupção e processado por motivos políticos. E que na crise dos mercados financeiros internacionais, em 2008, “os outros foram ajudados, o BPP não foi”.
Mas o que ditou a insolvência? É o que a opinião pública portuguesa e internacional poderá vir agora a saber através da Justiça sul-africana.
Ciente de que o acesso aos tribunais e documentos na Justiça é público, na África do Sul, ao contrário de Portugal onde não existe transparência, João Rendeiro sabe que Lisboa tem que apresentar provas ao fundamentar a sua extradição em crimes que são extraditáveis.
O processo de extradição ainda não começou na primeira instância e já enfrenta o primeiro sinal de oposição da parte do antigo presidente do BPP num tribunal superior do país, indicando que o ex-banqueiro sabe que no momento em que o caso subir ao Tribunal Superior (High Court, como é designado na África do Sul), “haverá juízes com enorme empenho em querer fazer justiça”, como me explicou um jurista sul-africano.
“É capaz de haver muita gente que gostaria que ele não falasse”, frisou.
Mas o que estará por contar sobre o paradeiro de centenas de milhões de euros em ativos do BPP, que motive João Rendeiro, com 69 anos, a recusar cumprir cinco anos e oito meses de pena de prisão efectiva a que foi condenado num dos três processos distintos relacionados com o colapso do seu “sonho de vida”?
Segundo o ex-banqueiro, num livro que publicou em Abril último,“a massa insolvente do BPP é uma das entidades em Portugal com maior liquidez. Que tremenda ironia.”
Nesse sentido, João Rendeiro pretende ir até ao Tribunal Constitucional, a mais alta instância judicial da África do Sul. Não será certamente já amanhã.
concordo plenamente com a opinião, e também penso que haverá muito interesse de certas pessoas em Portugal, para que Rendeiro não fale, aguardamos.
No entanto penso que foi um ato de grande cobardia o ter fugido à justiça portuguesa. Devia ter falado, doesse a quem doesse.