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Opinião: Os meninos levam tau-tau…

15 de outubro às 15h48
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De canal em canal televisivo, o assunto é a aprovação ou não do Orçamento de Estado para o ano de 2022.
Este assunto suscita-me algumas observações e interrogações, dada a leviandade de alguns agentes políticos na discussão de tão delicado assunto.
Aprovado, ou não aprovado, será o cidadão comum, sempre, o beneficiado ou prejudicado. Nem mais!
Quem deveria estar a estudar o assunto – será que é preciso estudar? – senão o Senhor Presidente da República, a que a maioria dos portugueses deram o seu voto para ser o árbitro de eventuais jogos e conflitos?
Pois bem; diria Ariano Suassuna, o árbitro interfere no jogo, dedilha o sinal sonoro da campainha e o xadrez deixa de ser um jogo para passar a ser uma trapalhada!
Ora, o que Portugal precisa neste momento é de mais serenidade e menos trapalhada! Mas o senhor entende que deve ser o artista principal, não assumir o recato das conversas com os partidos políticos e, só no fim e se tal se justificar, entrar em cena! É que, no teatro como na vida, quem não é de cena sai de cena!
Os meninos levam tau-tau; percebem ou querem que lhes explique?
O comum cidadão, intrigado, e sem que ninguém lhe explique como é que o barril de petróleo está baixo e os combustíveis a preços proibitivos – não me venham com a lenga lenga dos impostos, porque sempre existiram e vão continuar a existir seja quem for o governante – olha para estas participações públicas com grande apreensão.
Naturalmente, governo e oposição, oposições, terão leituras diferentes de um orçamento que é tão só um orçamento – quem quiser mente – porque se não houver dinheiro o orçamento é para-falso!
Na verdade e com verdade, uns e outros, com o aval do Presidente da República, porque ele tem sido o primeiro a dar o mote a falar “do coiso”, interferem com a estabilidade emocional dos cidadãos.
Poderá não falar muito tempo, para que muitos se dediquem a açambarcar víveres com o receio de faltar para alimentar as suas famílias.
Portugal não passa por dias fáceis, nem tal se avizinha nos próximos tempos. Daí que é necessário, absolutamente decisivo, que os decisores tenham a noção que qualquer passo em falso nos pode “atirar” para uma crise social que ninguém deseja.
Na minha modesta opinião, a “montanha vai parir um rato”!
Ninguém terá coragem de chumbar o Orçamento de Estado para o ano de 2022, por razões meramente estratégicas no que à política pura e dura diz respeito.
O Partido Socialista fará tudo para manter intacta a sua proposta porque sabe que o ano das promessas eleitorais será só em 2023. O ano de 2022 será de poupança, das boas contas, das cativações, para que depois se possa abrir os cordões à bolsa.
O Partido Social Democrata sabe que a inviabilização deste orçamento e as eventuais eleições antecipadas lhe podem trazer uma profunda derrota.
Rui Rio vai ficar à espera do que poderá acontecer, percebendo que os seus adversários internos estão à espera de um deslize.
Rui Rio sabe que para tentar chegar a 2023 e disputar com António Costa a liderança do governo terá de trabalhar para desgastar o governo. De outra forma voltará a perder e o seu partido entrará numa profunda crise.
O Partido Comunista Português sabe melhor do que ninguém que poderá travar uma luta intensa com António Costa, mas acabará por ceder. Conhecedores da estratégia a cada momento, percebem que o Bloco de Esquerda só está à espera de um deslize seu para se aliar ao PS e ocupar o lugar de “viabilizador” do orçamento.
Aconteça o que acontecer, e muito poderá ser diferente porque existem muitas opções, os próximos tempos serão “engraçados de seguir”!
Agora, eleições antecipadas, não me conste que seja possível!
A ver vamos!

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