Opinião: Mulheres no trabalho
Foi publicado recentemente pela PricewaterhouseCoopers o índex “Mulheres no trabalho”, que mede o progresso no que diz respeito à igualdade de género em 33 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Os indicadores utilizados para o estudo focam-se na participação feminina no mercado de trabalho, na taxa de desemprego e na diferença salarial registada entre homens e mulheres.
Apesar de registarem uma melhoria, os resultados mostram que levará mais de 50 anos para extinguir a diferença salarial entre homens e mulheres. Até lá, continua uma disparidade persistente em termos salariais, apesar do aumento notório da participação das mulheres no mercado de trabalho.
De acordo com os dados mais recentes, a Bélgica é o país da OCDE com a mais pequena disparidade salarial entre homens e mulheres (1,2%). Portugal encontra-se abaixo da média, com salários que distam 12,2% entre os sexos masculino e feminino. A nível de igualdade de género em posições ministeriais, a Bélgica ocupa um honroso 4º lugar, enquanto que Portugal se encontra no meio da tabela, mas ainda assim acima da média.
De acordo com a OCDE, o fim das disparidades de género será catalisador do crescimento económico e da prosperidade, podendo aumentar em 9.2% o PIB global até 2060. Para tal são necessárias políticas públicas para minimizar as diferenças, nomeadamente promovendo licenças parentais pagas, encorajando mulheres a estudar diferentes disciplinas e implementando legislação que visa ao igual pagamento e transparência.