Opinião: Interlúdio
Na carreira de qualquer diplomata, colocado nos serviços periféricos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, chega um momento particular, pouco abordado na cultura popular ou imaginário diplomático, que se define pelo interlúdio – entre o fim de um posto e o início de um novo; que exige um regresso a Lisboa e aos estudos de preparação para o novo desafio, diferentes línguas, culturas, interesses nacionais e complexos condicionantes geopolíticos.
Entretanto “encaixotámos” mais 3 anos e meio das nossas vidas, entre pertences e memórias que se juntam a muitas outras.
Prontos para um novo recomeço, um novo desafio.
É neste instante que me encontro.
Em breve partirei para o Japão, a onze mil quilómetros de distância.
A Ásia não me é desconhecida, e os cinco anos e meio em Macau e Hong Kong dar-me-ão alguma bagagem.
Mas Tóquio exige outra preparação e ideias.
A partida para posto, nestas últimas semanas, obrigou a um verdadeiro périplo nacional.
De Norte a Sul, visitei dezenas de empresas e associações empresariais (e reuni com muitas outras virtualmente) que fixam no Japão a sua génese e destino, para melhor entender aqueles que conhecem o país do sol nascente e o seu mercado, e que, apostando na internacionalização, modernização e competitividade, são o motor da nossa economia.
Repito-me nesta coluna.
A diplomacia vai além da política e, sendo o contribuinte português quem me paga o salário, a ele devo a mais dedicada promoção das empresas de capital luso.
Não só pelo retorno material a Portugal, mas porque estou eternamente convicto da nossa capacidade de irmos a jogo com os grandes “players” mundiais, de jogar na “Liga dos Campeões” em qualquer hemisfério do globo.
Assim o vi em Hong-Kong, em Dakar, assim o verei em Tóquio, e assim me provaram os empresários que visitei.
Por eles, e por todos nós, me baterei em terras nipónicas por um #portugalmodernoecompetitivo.