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Opinião: Gosta do “novo” Jardim Municipal

18 de fevereiro às 13h44
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NÃO

No seu pragmatismo visionário, os romanos estruturaram as cidades do Império obedecendo a uma organização em quadrícula, em cujo centro se situava o fórum (espaço fulcral de toda a atividade cívica, onde se erigiam os mais importantes edifícios da cidade, desde os templos às basílicas e à cúria), e que era a interseção das duas mais importantes vias, o Decumano (orientado este-oeste) com o Cardo (norte-sul), este tradicionalmente a principal.

Sempre entendi o nosso Jardim Municipal como o espaço central icónico de ligação da Figueira do séc. XIX, piscatória e do rio, com a do séc. XX, da praia e do turismo, do Casino e do Picadeiro, no sentido este-oeste; mas também o do encontro do rio com o fabuloso e emblemático corredor verde e respetiva Serra da Boa Viagem, no sentido norte-sul.

Porém, neste espaço, outrora central e que deveria ser de união, de encontro, de fruição, decidiram uns poucos, à pressa, sem ideias nem real consulta, mas com fundos comunitários para esbanjar, intervir.

O resultado, depois de cerca de 1 milhão e meio de euros gastos e de meses de sacrifícios, pode ser simbolicamente aferido naquele mastodonte grotesco, que nos envergonhará para o futuro e agora, até, maldosamente, associado à arquitetura do ferro – como se a beira da estrada pudesse alguma vez almejar ser a Estrada da Beira…

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