Opinião: Força Portugal
No passado dia 12 de junho, a Embaixada de Portugal em Dakar disputou a final do torneio de futebol Mourinho Diplomatic Cup contra uma equipa conjunta da Bélgica e Polónia. Perdemos a partida, por quatro bolas a três, no prolongamento de um jogo onde se viu toda a garra e coração que define o nosso espírito desportivo.
Foi um sábado agridoce. Quem me conhece sabe que não gosto de perder – no campo, no FIFA 21, em lado algum… –, mas a aguardada conclusão deste inédito exercício de diplomacia desportiva em África (já o havia feito na Ásia), após um ano de suspensões e cancelamentos covidianos, mostra que é possível fazer a diferença e marcar golos também no campo diplomático. A participação das equipas de França (medalha de bronze), Marrocos, Senegal, Canadá, Arábia Saudita, Bélgica/Polónia e União Europeia, a reaproximação pós-pandémica entre colegas, staff e representações, e os destaques semanais na comunicação social senegalesa fizeram de todo o torneio uma auspiciosa vitória para Portugal.
Com goleadas, jogos difíceis, muito suor e algumas lágrimas, chegámos à final. Aí caímos, mas o reconhecimento geral da nossa organização, apadrinhada pelo Mister José Mourinho – nosso apoiante indefetível desde a primeira conversa que com ele mantive –, foi mais um fruto da moderna e sólida diplomacia portuguesa na África Ocidental que procuro desenvolver. No Senegal, como em Portugal, o futebol é o desporto-rei. Veja-se Sadio Mané, ídolo nacional que nos visitou no final de maio: para todos os senegaleses um modelo de empenho-orgulho, e são poucos os miúdos sem uma camisola 10 dos Leões da Teranga ou do Liverpool. Falei-lhe do torneio, que imediatamente apreciou e apoiou. Nascido em Sédhiou, remota aldeia de Casamança (sul do país), Mané reconhece a necessidade de iniciativas desportivas bem-sucedidas, fonte de novos alentos, ambições e compreensão entre os povos.
Por último, sempre incuti nas minhas equipas de trabalho profissionalismo, dedicação e rigor, que a bandeira portuguesa merece. Folgo em ver, no campo também, espírito semelhante – inabalável, mesmo na derrota. Resta-nos agora torcer pela seleção nacional, que carrega na Europa, desde 2016, as quinas e o título de campeões. Força Portugal!