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Opinião: Falemos de literacia em dados

03 de fevereiro às 10h34
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Literacia financeira e literacia digital são “literacias” que já entraram no nosso léxico, no fundo, o conjunto das competências fundamentais que nos permitem entender determinadas mensagens.

Hoje centro-me no desafio da literacia em dados.

Se há área em que as ofertas de emprego –incluindo oportunidades para trabalho remoto e internacional – crescem de forma significativa é a dos Analistas e Cientistas de Dados.

Thomas Davenport já em 2012, na Harvard Business Review, previu esta como a profissão mais sexy do século XXI (“Data Scientist: The Sexiest Job of the 21st Century”), aqueles que iam conseguir “extrair tesouros de dados confusos e não estruturados”.

Na verdade, quando Davenport vaticinou esta evolução, já alguns projetos extraiam pepitas partindo de dados antes considerados não analisáveis: um dos exemplos é o Projeto Narval, responsável pela análise de dados dos potenciais votantes na campanha de 2012 de Barack Obama.

Narval foi liderado por Harper Reed, reunindo especialistas de vários gigantes tecnológicos e conjugou dados de diversas fontes, produzindo um repositório com o objetivo de personalizar as mensagens da campanha e os canais utilizados de acordo com os interesses dos potenciais votantes, algo que na campanha de 2008 nunca teria sido possível.

Nestes últimos 10 anos, as empresas têm investido muito em formas mais eficientes e eficazes de “espremer” os dados através de algoritmos sofisticados. Todavia, em termos visuais e sem recurso a software ou linguagens muito potentes e numa ótica de ferramentas self service, os dados podem contar a sua história, sendo o “Storytelling com dados” uma das tendências emergentes e aspeto fundamental da literacia em dados.

Stephen Few, é um dos “mágicos” da visualização de dados e os seus livros merecem a nossa atenção: “Now you see it” é um dos seus títulos.

O crescimento da área de análise de dados tem gerado diversos projetos nos quais qualquer um de nós pode participar livremente.

Destaco o “The Data Literacy Project – construindo uma cultura de literacia de dados para todos” bem como desafios globais criados por fornecedores de soluções, como a Tableau, ou Academias de Analytics em empresas, como a PwC, mas também em universidades, como a Amsterdam Business School, ou os cursos online da Coursera.

A oportunidade existe e praticamente todas as empresas necessitam destes profissionais.

Porém, em função do nível de maturidade no uso de soluções, ou da sua dimensão, em especial as PMEs, as empresas deverão encontrar os parceiros certos ou optar por planos de reconversão funcional das suas pessoas. Se é um dos que quer mudar para esta área, seja veloz! Os dados estão aí e precisam de si!

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