Opinião: Eleições na América Latina
Neste passado fim de semana, ocorreram várias eleições na Latam. Sem adjetivar os distintos resultados, até pelo facto de não existirem resultados oficiais no momento que estou a escrever este artigo, estas várias eleições refletem um sentimento de uma grande inconformidade de uma parte substancial da população.
No Chile, foi eleita uma Assembleia Constituinte para a redação de uma nova Constituição, onde independentes, fora do círculo tradicional partidário, tiveram uma vitória arrasadora:63%.
No Perú, sem saber o resultado definitivo, temos um candidato, Pedro Castilho, com forte vocação popular e com forte vocação nacionalista com fortíssimas possibilidades de vitória.
No Mexico, as eleições para 15 Estados e suas entidades, bem como, para o Congresso Nacional, onde o Movimento (de recente criação:2014 ) liderado pelo atual Presidente, terá ganho entre 11 a 12 Estados aos tradicionais partidos.
Estes factos, na minha opinião, não são movimentos ideológicos, são movimentos de alteração de regime, de ciclo.
O presidente Biden, recentemente, declarou o fim do período Liberal.
Este fim de semana tivemos o anúncio de uma taxa mínima de IRC em termos globais, aprovado pelo G7.
Todos estes factos devem-nos fazer refletir sobre o modelo societário, modelo de sociedade que enfrentaremos nos próximos anos.
Devemos refletir e devemos ponderar sobre a nossa atitude e a nossa ação neste potencial novo modelo, deste novo ciclo que se está a formar.
As preocupações das novas gerações são bastantes diferentes das nossas e mesmo muito distintas dos nossos pais. Alterações climáticas, politicas de equidade, mobilidade, …..sao hoje novas realidades.
Os nossos pais construíram a sua vida com base a uma ideia o dia de amanhã vai ser melhor que o dia de hoje e,para isso, esforçaram-se e construíram as suas famílias.
Os nossos jovens não acreditam que o dia de amanhã seja melhor que o dia de hoje e esta premissa condiciona os seus comportamentos e as suas opções.
Falta esperança, recuperemos para os nossos jovens a esperança perdida e isso depende de cada um de nós.