Opinião: Brasil no limiar: a crise dos extremos climáticos

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado uma série de eventos extremos atribuídos às alterações climáticas. Estes eventos incluem secas severas, inundações, deslizamentos de terra, e ondas de calor incomuns, que não só causam devastação imediata, mas também têm efeitos de longo prazo na economia, na saúde pública e no meio ambiente.
Em 2023, o Brasil experimentou diversos eventos climáticos extremos, influenciados por fenómenos como El Niño e as consequências do aquecimento global. O Norte e Nordeste do Brasil registraram a pior seca desde 1980, exacerbando as condições para incêndios na Amazônia e afetando a biodiversidade, assim como as comunidades indígenas e locais. No mesmo ano, a região Sul enfrentou impactos significativos na agricultura, especialmente nas safras de soja, devido às condições climáticas adversas.
O estado de São Paulo foi atingido por fortes chuvas, resultando em inundações e deslizamentos de terra devastadores, particularmente em áreas urbanas mal planejadas. Estes eventos causaram perda de vidas humanas, danos significativos à infraestrutura e interrupções em serviços essenciais.
O Brasil vivenciou algumas das piores ondas de calor, com recordes de temperatura em várias cidades. Em novembro de 2023, Araçuí em Minas Gerais registou quase 45ºC, enquanto o Rio de Janeiro enfrentou sensações térmicas de até 58,5ºC. Essas condições extremas sobrecarregaram os sistemas de saúde e evidenciaram a vulnerabilidade da infraestrutura nacional.
A segurança alimentar da região foi diretamente impactada pelas temperaturas elevadas e secas extremas, elevando os preços dos alimentos e afetando as populações mais vulneráveis. Estes eventos destacaram a necessidade de ações urgentes para melhorar a resiliência do país às mudanças climáticas.
Para 2024, os cientistas preveem que os efeitos do El Niño permaneçam e até se intensifiquem, indicando a continuação de eventos climáticos extremos. Em resposta, o Brasil tem implementado várias medidas, como investimentos em infraestrutura verde para combater inundações urbanas e promover a drenagem. Além disso, há esforços para promover a agricultura sustentável e práticas de uso da terra mais resistentes às mudanças climáticas.