Miranda do Corvo: Fundação ADFP anuncia intervenção na Lousã como “prenda” no 37º aniversário
“Recebemos uma boa notícia. Comprámos o edifício do antigo Hospital de São João, na Lousã, para ajudar a Misericórdia da Lousã. Com o nosso pedido deferido, podemos iniciar a obra no próximo ano, o que era bom para a Lousã, para nós e para a região. Esta era uma situação que andava há meses para se resolver. Foi uma feliz coincidência ter sido hoje [ontem]”.
A “prenda” foi revelada, à hora de almoço, pelo presidente da Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP), Jaime Ramos, no dia em que a instituição celebrou 37 anos.
Após uma visita ao Centro Social Comunitário de Miranda do Corvo, que contou com a presença do secretário de Estado da Segurança Social, Jorge Campino, o programa do 37.º aniversário da fundação levou a comitiva a conhecer dois novos apartamentos de autonomização para jovens.
10 jovens residentes
Os dois novos apartamentos – Residência Integridade e Residência Lealdade – estão com “a capacidade máxima”, assegurou a diretora Dalila Salvador, acolhendo, neste momento, 10 jovens, provenientes de Senegal, Gâmbia, Congo e Guiné. “Desde 2015, que recebemos jovens de outros países”, clarificou o responsável.
Karimu Bassora viajou da Gâmbia para Madrid, Espanha, tendo chegado a Miranda do Corvo “há cerca de nove meses”, contou. “Gosto muito de estar em Portugal”, assumiu, revelando que agora “vai à escola”, algo que não fazia no seu país.
“Em Espanha deram-lhe um bilhete de avião e disseram que em Portugal é que era bom”, recordou Dalila Salvador, que é uma “segunda mãe” para os 10 jovens, a maioria ainda menor de idade.
A visita passou também pelo Hospital Compaixão, unidade de saúde que ainda não está a funcionar, apesar de estar pronta. “É o primeiro membro do Governo que entra neste edifício”, confidenciou Jaime Ramos na visita à unidade que tem serviços como imagiologia, cardiologia ou gastrenterologia e que também conta com blocos operatórios.
“Fundação perseguida”
A Fundação ADFP nasceu em novembro de 1987, em Miranda do Corvo. Atualmente está também presente em Coimbra, Condeixa-a-Nova e no Fundão. A IPSS tem na solidariedade social a sua área de atuação, trabalhando, de forma direta, para a formação e integração de pessoas com deficiência e, também, de doentes mentais.
“Desafiamos as pessoas a tomarem conta do outro com bondade e compaixão. Somos uma fundação que se gaba de ser a mais eclética e inclusiva”, assegurou Jaime Ramos.
Com 500 trabalhadores e 900 colaboradores, a Fundação ADFP, relembrou o seu presidente, procura integrar as pessoas com deficiência. “Devemos olhar para essas pessoas e ver o talento que é possível desenvolver”, reiterou.
Com o secretário de Estado ao lado, Jaime Ramos teceu críticas à postura dos governos em relação à Fundação ADFP. “Somos a fundação mais perseguida em Portugal. Fomos alvo de atuações indignas por parte de uma classe do país”, lamentou Jaime Ramos, que recordou o “bloqueio” feito ao Hospital Compaixão “por embirração do Governo”.
A criação de uma fundação filantrópica, “capaz de canalizar receitas”, assumiu Jaime Ramos, provenientes, por exemplo, do turismo ou de atividades lúdicas para a população, é outra ambição. “Inclusão, capacitação e inovação foi algo que me marcou durante a visita”, contou o secretário de Estado, Jorge Campino.
O governante manifestou “confiança” no “trabalho desenvolvido” pela fundação, assumindo que a “obrigação do Estado é apoiar” instituições como a Fundação ADFP.
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