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Marcelo acredita que reencontrará Costa “noutras encruzilhadas” ao serviço de Portugal

25 de março às 14h59
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O Presidente da República despediu-se hoje de António Costa enquanto primeiro-ministro, mas não fechou a porta à possibilidade de ambos se reencontrarem “noutras encruzilhadas” ao serviço de Portugal.

“Não quer isto dizer que seja a última vez que nos encontramos nestas encruzilhadas do serviço de Portugal”, disse Marcelo Rebelo de Sousa numa declaração aos jornalistas sem direito a perguntas no final da última reunião do Conselho de Ministros do executivo de António Costa, presidida pelo chefe de Estado.

Sem explicar ao que se referia, Marcelo acrescentou: “É a última vez em que estamos nestas circunstâncias, no exercício dessas funções, (…) mas o mundo não acaba hoje, a vida não acaba hoje e não há razão nenhuma para não nos encontrarmos noutras encruzilhadas, também pensando em Portugal”.

O chefe de Estado agradeceu ainda pelos oitos anos de convivência com o primeiro-ministro, considerando difícil encontrar na história da democracia portuguesa um período de maior solidariedade institucional entre as duas figuras.

“Não quer dizer que houve sempre acordo, mas houve sempre um bom relacionamento institucional e, acima disso, solidariedade nacional”, sublinhou.

A relação entre ambos, que disse ter permitido “um clima de estabilidade, quando o mundo não está estável”, atravessou três executivos socialistas liderados por António Costa.

“Em situações muito diferentes, manter o mesmo patamar de solidariedade institucional… Não é fácil encontrar muitos casos na história político-constitucional portuguesa”, insistiu o Presidente da República.

“Isto é muito positivo e deve ser assim, tanto quanto possível, o relacionamento entre o chefe de Estado e o chefe do Governo, mesmo que tenham pontos de partida e pensamentos diferentes e divergências em momentos concretos”, continuou, agradecendo igualmente o serviço de todos os membros do executivo.

Ao lado, também António Costa agradeceu ao Presidente da República os “oito anos de cooperação e solidariedade institucional”, concordando que “dificilmente será possível encontrar outro período” em que as relações tenham decorrido “de forma tão fluida, cooperativa e solidária”.

O Conselho de Ministros do Governo liderado por António Costa reuniu-se hoje pela última vez, um encontro presidido pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

A última reunião do Conselho de Ministros foi também a primeira no novo edifício do Governo, nas instalações da Caixa Geral de Depósitos que passam agora a ser partilhadas com o executivo.

A Aliança Democrática (coligação pré-eleitoral que juntou PSD, CDS-PP e PPM) venceu as eleições de dia 10 e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo na quinta-feira e a posse está prevista para 02 de abril.

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