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Instituto Universitário Justiça e Paz é “porta aberta” em Coimbra para estudantes com dificuldades

03 de dezembro às 18 h19
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FOTO- DR

O Instituto Universitário Justiça e Paz (IUJP), em Coimbra, está a celebrar 50 anos e é uma “porta aberta” para estudantes com dificuldades, valência que o coordenador das comemorações nomeia como a mais significativa da última década.

O IUJP, uma instituição da Igreja Católica voltada para o mundo do ensino superior, da ciência e da cultura, nasceu em Coimbra em 1971, na sequência da crise académica de 1969.

“Hoje em dia, o Instituto tem um papel importantíssimo no acolhimento e na ajuda a estudantes com dificuldades. Dificuldades em pagar as suas propinas, até de entendimento das matérias, sobretudo pessoas que vêm de outros países, que têm aulas de português e explicações. E há um grande lote de voluntários e financiadores que fazem com que esta valência social do Instituto tenha um peso muito relevante”, disse à agência Lusa João Paulo Barbosa de Melo.

Acrescentou que na ação do Instituto Universitário Justiça e Paz a solidariedade “faz-se de coisas concretas”.

“Um estudante que está deslocado num país estranho, ou de um país mais distante, e de repente não chegou a bolsa, há uma renda para pagar e há duas alternativas, ou vai para a rua para debaixo da ponte ou alguém o ajuda a financiar enquanto não pode pagar”, ilustrou o antigo presidente da Câmara de Coimbra, que coordena a Comissão Executiva da Comemoração dos 50 anos do IUJP.

Para levar a cabo a ajuda a estudantes com dificuldades e “problemas muito concretos”, a instituição possui “algumas receitas próprias” e um conjunto de financiadores, desde pessoas, “muitas delas anónimas, que querem permanecer anónimas”, ligadas à Universidade de Coimbra e a empresas, mas também instituições como a própria Universidade ou o Instituto Politécnico da cidade, entre outras.

“Sabendo deste esforço que o Instituto faz, do êxito que isto tem tido, da importância na vida de algumas pessoas, que, claramente, não teriam continuado os seus estudos se não fosse esta ajuda, há várias pessoas que depois são incubadoras deste esforço. E é muito importante que assim permaneça, são pessoas que quando dão o seu dinheiro para esta causa do Instituto, sabem que ele é muito bem gasto com aqueles que precisam mais”, argumentou Barbosa de Melo.

No entanto, notou que face “às necessidades que, neste momento, existem em Coimbra no meio universitário e do ensino superior, aquilo que o Instituto faz não chega”.

“É muito importante aproveitar estes eventos [a celebração dos 50 anos do IUJP], para dizer a todos aqueles que se sintam tocados e possam naturalmente ajudar, que têm aqui uma boa forma de ajudar, de uma entidade que presta contas e tem já um longo historial de histórias de sucesso, de coisas que correram bem e teriam corrido mal se não fosse este esforço que o Instituto faz”, observou.

Para além deste fundo solidário, e entre outras atividades, o IUJP proporciona acompanhamento espiritual e possui grupos de reflexão “de vários géneros, ligados à Igreja ou não”.

“Há muitas iniciativas que não são diretamente da Igreja, são iniciativas em que a Igreja acha também que pode ajudar a refletir. Este lado, de porta aberta, sem perguntar às pessoas qual é a sua religião, discutindo com todos, mantém-se, e vão-se juntando valências, ao longo do tempo, à medida que elas são mais necessárias. E a valência social, se calhar, é hoje aquela que faz com que mais gente conheça o Instituto”, frisou Barbosa de Melo.

Se as iniciativas comemorativas dos 50 anos do IUJP, que se vão prolongar até novembro de 2022, pretendem “não olhar para o passado e olhar para o futuro” da instituição, o coordenador da comissão executiva destaca, “com especial carinho”, o colóquio sobre a origem do Instituto de inspiração católica que reúne, na próxima segunda-feira, às 21:00, no auditório do IUJP, “toda a equipa de fundadores”.

O colóquio inclui as palestras “Coimbra após a crise académica de 1969” e “O processo de fundação do IUJP”, bem como vários testemunhos subordinados ao tema “O que foi, para mim, o Instituto”.

Uma exposição de fotografias, um jantar solidário, um concerto, a edição de um livro comemorativo dos 50 anos de vida do IUJP e um colóquio inter-religioso, intitulado “Religiões e alimentação”, são outras das ações previstas no programa comemorativo.

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