Carlos Ferreira: “Orgulho pelo trabalho feito mas pena de não ver o Sport com nova casa”

Em 2020, no aniversário do Sport Conimbricense, anunciou que pretendia “passar a pasta”. Porquê?
Pensei que era a altura ideal para sair, até porque, simbolicamente, estávamos a comemorar 110 anos de existência. Já tinha quase década e meia de presidência, tinha recuperado contas e comemorado o Centenário. Só não tinha resolvido o processo do terreno para as novas instalações. Por outro lado, a minha vida pessoal tornou-se mais complicada, sobretudo depois de ficar sozinho a gerir o Restaurante Marégrafo, em Buarcos, e de ter iniciado outros negócios, na Figueira e em Coimbra, e de ter passado (e ainda estar a passar) por problemas de saúde sérios.
Recuando, então, duas décadas, como entrou no Sport?
Foi um convite de uma funcionária, que trabalhava comigo nos seguros, a Ana Paula Cruz. Ela foi, na altura, tesoureira da direção do Manuel Malaguerra e detetou que as contas não estavam famosas e pediu-me ajuda. Entretanto, houve eleições e ela acabou por assumir a presidência, tendo eu ficado tesoureiro do clube. E, na realidade, o que encontrei foi uma situação bastante difícil, com um passivo considerável. A esta distância, recordo as dívidas que tive de negociar a inúmeros fornecedores e os encargos incomportáveis com jogadores da equipa de basquetebol, mas havia também registo de despesas sem grande sentido… Enfim…
Na altura, para além de desporto, o Sport era também o bar 1910…
Sim, durante largos anos, foi um ícone da noite de Coimbra, em plena Baixa, mas já tinha sido mais, até porque estava a terminar a concessão. Aliás, tivemos de recorrer a tribunal para libertar o espaço e, quando finalmente conseguimos, tratámos de recuperar o que tinha ficado (muito) danificado, para ali criar uma nova sala de troféus e voltámos a ter o bar. Mais tarde, ainda chegámos a voltar concessioná-lo e os últimos a tomarem conta do bar foram o Victor Sá e, por fim, o mágico Telmo Melo.
Voltando ao início, que modalidades resistiam, no Sport?
Quando cheguei, o Sport tinha a sua equipa de basquetebol e também o karate, com a dupla de campeões Ema Lopes e Filipe Fernandes, que criaram uma escola no clube vários anos considerada a melhor do país. Mas, aos poucos, as modalidades foram crescendo, quer nas artes marciais quer nos desportos de combate – muay thai, K1, boxe, kickboxing, jujitsu. E, mais tarde, vieram o futsal, logo com grande êxito, e o tiro, que até passou a contar com uma carreira de tiro indoor, num espaço do rés-do-chão do Pavilhão da Palmeira.
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