Propostas inovadoras para antigo Mosteiro de Santa Cruz


FOTO ANA FERREIRA
A Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, recebeu uma sessão de apresentação de 12 alunos finalistas do Departamento de Arquitetura (DARQ) da Universidade de Coimbra (UC).
No centro do debate e da apresentação estiveram várias propostas para a instalação de um núcleo museológico e interpretativo do antigo Mosteiro de Santa Cruz, bem como da área envolvente, caso do Jardim da Manga, ou do local onde estava instalada a antiga Torre Sineira.
“Projetos para o Mosteiro: propostas em debate” foi o mote da sessão onde os alunos de arquitetura transmitiram as suas ideias para o reaproveitamento da zona. A iniciativa, inserida na exposição “Projetos para o Mosteiro” – uma coprodução do Projeto SANTACRUZ, sediado no Centro de Estudos Sociais da UC, em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra, explanou várias ideias dos cinco grupos em que foram divididos os alunos.
Com várias nuances diferentes, as apresentações tiveram em comum a recriação, de uma forma contemporânea diretamente relacionada com a sustentabilidade, do claustro em redor da Fonte da Manga e de um elemento vertical, de referência urbana, no local da antiga Torre Sineira ou dos Sinos, demolida em 1935.
“O desafio era, de alguma forma, voltar à centralidade e à importância do Mosteiro de Santa Cruz e a relação com uma possível reconstrução da Torre dos Sinos”, assumiu, antes das apresentações o professor do DARQ e um dos curadores da exposição, João Mendes Ribeiro.
Elogios às ideias
A “avaliar” as ideias dos alunos estiveram o presidente da Ordem dos Arquitetos e antigo professor do DARQ, Gonçalo Byrne, bem como o presidente da câmara de Coimbra, José Manuel Silva.
“São trabalhos complexos, com um desafio de projeto ambicioso que pretende tocar num centro histórico e nevrálgico de Coimbra”, considerou Gonçalo Byrne, que fez questão de relembrar que “ as cidades têm dentro delas várias cidades”.
O arquiteto assumiu que “a natureza vai ganhar um protagonismo central” nas cidades e relembrou a importância da mobilidade, não tendo dúvidas que os trabalhos deixam “raízes para o futuro”.
Antes de José Manuel Silva abordar as sugestões de projetos, o também professor do DARQ e curador da exposição, Rui Lobo, relembrou que na base esteve a ideia de conseguir “uma cidade para o futuro, que respeita o seu valor patrimonial e tenta resolver os desafios das novas tecnologias e da sustentabilidade”, frisou.
José Manuel Silva também teceu elogios às ideias apresentadas. “Parabéns por pensarem a cidade de Coimbra. As ideias e provocações que nos fazem são extraordinariamente interessantes”, começou por transmitir, antes de assumir que há outras zonas prioritárias para intervenção a curto prazo: “Não começaria por aqui porque este é um espaço consolidado, mas seria interessante associar um caderno de encargos aos projetos”, disse.
“Obrigado pelo vosso trabalho e desafios”, finalizou o autarca. No próximo sábado será apresentado, no mesmo local, um modelo 3D do Mosteiro de Santa Cruz em 1834.