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Opinião: Vida 4.0: energia e momento!

27 de junho às 09h33
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Em “Life 3.0”, Max Tegmark, o professor do MIT que é simultaneamente o presidente do Institute for Future of Life ( Instituto para o Futuro da Vida ), descreve a vida em três níveis e outros tantos tipos de entidades.

A Vida 1.0, constituída por seres que se reproduzem, mas não evoluem (como a amiba), a Vida 2.0, de seres que se reproduzem e evoluem (humanos, animais e várias plantas), e a Vida 3.0 que, além de se reproduzirem e evoluírem, têm um sistema operativo em que o cérebro (software no mundo digital) está separado do corpo (hardware no mundo digital), constituindo-se como uma dupla entidade, o indivíduo (real) e o seu duplo, um gémeo feito de informação e energia “digital”.

Essa Vida 3.0 seria a evolução dos humanos a partir do momento em que a capacidade de sentir, aprender e ter emoções se vai transformando em informação e energia na forma digital, e que rompe com os limites da experiência individual, fazendo emergir um estado de hiperconsciência pela reunião dos diferentes ambientes em que uma pessoa na atualidade se movimenta a saber: 1 ) web de superfície, 2 ) web profunda e 3 ) “Dark web”.

Se as duas primeiras representam níveis de interação mais ou menos controláveis (real e duplo), já a “Dark web” (incontrolável) representa um horizonte de acontecimentos que espelha e reflete o lado obscuro e macabro da mente e da existência humana, tanto de um ponto de vista individual como coletivo.

Aqui chegados, poderá perguntar-se: e onde ficam os afetos ?, dado que os riscos e ameaças de stress existencial são mais ou menos evidentes. O atual momento coletivo, expresso em guerras e conflitos generalizados, como em tantas outras eras ao longo da história parece indicar um estado de transição ou, de salto para o desconhecido.

Preventivamente, tal impõe a criação e desenvolvimento de instrumentos tecno-sociais que permitam vencer as probabilidades de aparecimento de fenómenos extremos e indesejáveis capazes de aniquilar, se não a espécie, pelo menos a evolução da civilização.

Lançando mão do exemplo da faca que, tanto corta o pão como pode matar, também os novos artefactos tecno-sociais que imitam a inteligência podem ser utilizados tanto no sentido positivo como negativo.

Está ainda na sociedade e no seu “cérebro social” a capacidade de decidir sobre os caminhos que se pretendem trilhar atendendo ao primado do ser humano subordinado ao “Superalinhamento”, conjugando as atuais capacidades das Tecnologias da Inteligência e da Cognição, com a evolução das Tecnologias da Consciência.

Para o exito desta “fábrica de realidade(s)” concorre a construção de “Plataformas de Observação Ética e Moral”, que recebem como input desgaste social e probabilidades de aniquilação da espécie, e geram como output novas formas de arte, engenharia e direito humano-algorítimico “Superinteligente”. Aprender a lidar com o “Cone do Futuro” nos quatro cenários : 1 ) provável, 2 ) possível, 3 ) plausível e 4 ) desejável, constituir-se-á então e simultaneamente, como o reconhecimento para a espécia humana de um presente (gift), ou uma (sobre)Vida 4.0 de Energia(s) e Momento(s) !.

Autoria de:

Francisco Lavrador Pires

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