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Opinião: Uma, duas… três?

13 de julho às 12h30
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Desgastados pela pandemia, e depois de assumirmos a vacinação contra a COVID19 quase como uma obrigação cívica, somos confrontados com a emergente possibilidade de algumas das vacinas disponíveis poderem exigir uma terceira toma.
Esta possibilidade, quase certa atentos os pedidos já assumidos junto das entidades reguladoras, demonstra-nos o quão volátil é o conhecimento que temos sobre a doença e a obrigatória necessidade de prudência na forma como se comunica com as comunidades.
Tendo a doença já sobejamente demonstrado que não tem fronteiras, sendo a incerteza a única certeza que temos em relação a várias das medidas preconizadas por diferentes Países, e evidente que a vacinação reduz de forma assinalável a gravidade e severidade da doença, é legitimo questionar se antes de se ser assumida uma terceira dose não se deveria garantir o seu acesso por parte de todas as comunidades.
Sabendo que “não há rosas sem espinhos”, hoje temos soluções de toma única e de duas tomas, cuja administração permite ainda combinar diferentes vacinas, numa evidente tentativa de maximizar a desejada imunização de grupo, pelo que introduzir precocemente o conceito de uma terceira toma pode exponenciar dificuldades no acesso a estas mesmas vacinas e ainda alimentar suspeitas, ainda que genuinamente infundadas, sobre eventual motivação económica dos seus titulares e produtores.
A tese da terceira toma, à muito conhecida e agora tornada publica, tem evidente sentido lógico atento o conhecimento de que os níveis de imunidade decrescem com o tempo, contudo importa avaliar e definir com critério as prioridades que se desejam a nível internacional, sabendo que a proteção efetiva de cada um de nós só será garantida quando garantida a proteção de todos.

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