Opinião: Sentidos do trabalho em 2025-2030

O World Economic Forum (WEF) – Fórum Económico Mundial, lançou, em janeiro de 25, o Future of Jobs Report 2025 – Relatório sobre o futuro do emprego. É especialmente relevante para quem está a iniciar a sua vida profissional, mas não menos para quem, aos 50 anos, se vai manter neste mercado durante quase mais 20, talvez os 20 em que temos menos energia (e paciência), embora muito mais experiência, conhecimento e redes. Em que competências se deve apostar? Quais são os empregos mais cobiçados? O que estaremos a fazer em 2030? Haverá emprego para todos? Que tipo de emprego haverá? Como devem posicionar-se as Universidades e Politécnicos neste contexto?
No relatório há números que se destacam: a palavra upskilling surge 401 vezes, reskilling 388 (referentes a atualização e reconversão dos profissionais), formação 380, força de trabalho 571, talento 1096, skills 1226 e tecnologia 1323. Quanto ao trabalho do futuro: flexibilidade ( 285 ), resiliência ( 165 ), agilidade ( 164 ), trabalho remoto ( 65 ), envelhecimento ( 98 ) são palavras frequentes.
São apontadas as 15 profissões que vão crescer mais rapidamente ( 2025-2030 ) e destaco as 5 primeiras: 1 ) Especialistas em Big Data; 2 ) Engenheiros FinTech; 3 ) Especialistas em Inteligência Artificial e Machine Learning; 4 ) Software e Applications Developers; 5 ) Especialistas em gestão de segurança.
Embora existam hoje áreas de Formação pós-graduada na maior parte das Instituições de Ensino Superior, promovendo aprendizagem ao longo da vida e (alguma) reconversão profissional, esta é uma enorme oportunidade para o Ensino Superior. O relatório indica que, em Portugal, 38% das pessoas necessitarão de mais competências para executar a sua função, 23% de competências para trabalharem noutras funções. Sempre houve mudanças, muitas delas disruptivas, mas nunca tão rápidas como as que agora sucedem.
Susana Almeida Lopes, da SHL, no “É ou não é?”, a 4/02/2025 na RTP, sobre o tema do emprego, referiu que capacidade de inovar e de planear são as áreas onde existem mais lacunas entre o que o mercado necessita e as competências dos trabalhadores portugueses. O relatório acima citado refere que, para o trabalho do futuro, as competências imprescindíveis, já em 2025, em Portugal, são: 1 ) resiliência, flexibilidade e agilidade; 2 ) empatia e escuta ativa; 3 ) pensamento analítico; 4 ) liderança e influência social; 5 ) gestão de recursos e operações. Quanto às competências que estão em crescimento até 2030, em Portugal, as 5 que mais se destacam são: 1 ) curiosidade e aprendizagem ao longo da vida; 2 ) inteligência artificial e big data; 3 ) gestão de talentos; 4 ) literacia tecnológica; 5 ) pensamento criativo. Temos essas capacidades? Ou condições para as desenvolvermos em carreiras profissionais cada vez mais longas? E já estamos a pensar como é que a Geração Z, agora com cerca de 25 anos e a entrar no mercado de trabalho, vai trabalhar em equipa com colegas de 65 ou mais anos? As lideranças não vão ter tarefa fácil!