Opinião: Que grande seca

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera tem monitorizado a seca meteorológica que atravessamos e informou que, a 15 de Fevereiro de 2022, mais de 90% do território estava nas classes de seca severa e extrema, bem como que o valor médio da quantidade de precipitação é 7% do valor normal mensal entre 1971 e 2000.
E que a situação tende a agravar-se.
Em 4 de Novembro do ano passado, o Presidente da República anunciou ao país que iria “devolver a palavra ao povo”, defendendo que era o único caminho para o mais rapidamente possível votar o Orçamento que faz falta a Portugal.
As eleições decorreram a 30 de Janeiro de 2022, mas o Tribunal Constitucional (Acórdão n.º 133/2022 ) mandou repetir a votação no círculo eleitoral da Europa, o que só vai acontecer nos próximos dias 12 e 13 de Março, pelo que o mapa oficial com o resultado das eleições só deverá ser publicado em Diário da República (se tudo correr bem) no início de Abril.
Uma vez que a Assembleia da República reúne por direito próprio no terceiro dia posterior ao apuramento dos resultados gerais, a tomada de posse do próximo governo encontra-se bastante atrasada, ainda por cima quando o PS só não derrotou a coligação PSD/CDS na Madeira e o PSD no círculo fora da Europa, onde o ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva recolheu menos votos que António Maló de Abreu, deputado eleito em 2019 pelo círculo de Coimbra.
Por falar em Coimbra, parece estar a demorar a arrancar a implementação das 112 acções da visão estratégica vencedora nas urnas.
As últimas notícias são a aprovação de uma proposta de protocolo de cooperação com o Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho com vista à criação do Pólo Europeu do Museu da Língua Portuguesa e a vontade em transformar a Estação Nova da CP, na cidade, num grande centro de desenvolvimento, após a sua desactivação no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM).
Sobre esta matéria, o Presidente da Câmara disse: “Para já, não temos nenhuma ideia preconcebida e estamos abertos a toda a discussão pública que se possa gerar e a todas as propostas”.
Contudo, avançou como exemplo “uma incubadora de empresas e um grande espaço de lazer, cultura e restauração, com fruição directa do rio Mondego.”
Infelizmente, a Rússia invadiu mesmo a Ucrânia, um conflito armado com desfecho imprevisível, mas com certeza trágico.
Por cá, e tanto quanto se percebe, só mesmo o PCP ainda diz que a culpa é dos Estados Unidos e da NATO, defendendo que a população ucraniana prefere a afinidade com os russos à aproximação ao ocidente.