Opinião: O Parque Urbano deve avançar, apesar da expansão das Abadias?
Sim
O sonho de uma Figueira atravessada por dois corredores verdes, paralelos entre si e em relação à costa, a ligar a Serra da Boa Viagem ao rio Mondego, foi sendo desfeito pelo pato-bravismo, que ousou, até, propor a destruição do Mercado Engenheiro Silva, inaugurado em 1892 e classificado como Imóvel de Interesse Municipal porque integrante da “arquitetura do ferro” da segunda metade do séc. XIX, inícios do séc. XX.
Portanto, tudo o que possa ainda ser feito no sentido de inverter a malfadada tendência de malfeitorias ambientais, neste caso na zona urbana (o que se fez recentemente em Buarcos e no Cabedelo, desbaratando milhões em impermeabilização dos solos é paradigmático…), deve contemplar iniciativas que nos coloquem na linha da frente da transição energética e da descarbonização sustentável.
Por outro lado, é também evidente que a edificação de supermercados fora do centro da cidade, não criando novas centralidades, descaracterizou o antigo “modus vivendi” figueirense, pelo que, quer a expansão das Abadias, quer o novo Parque Urbano, devem contribuir para uma reaproximação de quem cá vive e trabalha e de quem nos visita a um contacto com formas de vida mais saudáveis, porque mais próximas da natureza.
Haja, no entanto, arte e engenho para garantir o financiamento destes projetos, sem que as pressões do costume os descaracterizem.