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Opinião: “O início dos trabalhos parlamentares”

12 de abril às 10h52
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No início dos trabalhos parlamentares (finalmente!) os Deputados da Assembleia da República aprovaram o Programa do Governo e elegeram Augusto Santos Silva como Presidente da Assembleia da República (PAR), bem como os seus Vice-Presidentes.
Da aprovação (importante) do Programa do Governo pouco há a dizer. Porque, logicamente, este documento tem por base o programa com que o Partido Socialista se apresentou ao eleitorado com algumas atualizações em função dos tempos que estamos a viver. Ou seja, já houve uma ampla discussão sobre o mesmo, bem como um sufrágio popular que o legitimou.
Assim, opto por refletir sobre a eleição da Mesa da Assembleia da República.
Tendo sido o único candidato, Santos Silva (em quem votei, claro!) obteve um expressivo resultado, muito para além do número de Deputados do PS, tornando-se a segunda figura do Estado.
Com uma experiência governativa única em Democracia, cerca de quinze anos em seis governos, o novo PAR foi Deputado, é Professor Catedrático na Universidade do Porto e sempre teve intervenção cívica. É um homem culto e no plano político-ideológico é um “moderado”.
Tem, portanto, um percurso cívico, profissional e político ímpar a que se somam as suas características e qualidades pessoais.
No discurso que fez após a sua eleição disse ao que vinha e o que pensa. E isso é bom. Assumiu que seria o Presidente de todos cumprindo a Constituição, mas, bem, assinalou que na mais importante “Casa da Democracia” não caberá o discurso do insulto, do ódio e da discriminação. Um excelente discurso e que já fez valer no debate sobre o Programa do Governo!
Como Vice-Presidentes foram eleitos, ambos também com o meu voto, Edite Estrela (PS) e Adão Silva (PSD). Normal, quer a sua eleição quer o meu voto! Não foram eleitos João Cotrim de Figueiredo (IL) nem Diogo Pacheco de Amorim (Chega) e, numa segunda tentativa, também não foi eleito Gabriel Mithá Ribeiro (Chega).
Contudo, estes três últimos casos são diferentes. Não votei em nenhum dos candidatos do Chega por muitas razões que são óbvias, mas que aqui não cabem todas. Talvez as possa sintetizar nas palavras de Santos Silva: não ao insulto, não ao ódio e não à discriminação. Por mim, estes também não passarão!
O caso de Cotrim de Figueiredo é diferente. Foi um bom Deputado na Legislatura anterior. Sou testemunha disso. É um cidadão respeitável, um adversário por quem tenho estima e consideração. Em muitas matérias temos um oceano a separar-nos, é verdade. Mas, tal como a Iniciativa Liberal, o Partido que lidera, não ataca princípios basilares da Democracia.
Por isso, não se podem “meter no mesmo saco” os candidatos do Chega e o candidato da Iniciativa Liberal. Isso é um erro grave! Tenho para mim, que muitos dos votos contra que Cotrim de Figueiredo recebeu foram da própria Direita que entende que a IL é uma ameaça ao seu eleitorado tradicional.
Cotrim de Figueiredo mereceu o meu voto para estas funções. Do mesmo modo que merece o meu combate político e ideológico. Mas são coisas diferentes, claro!

(Pode ler a opinião na edição impressa e digital)

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