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Opinião: O estigma que nos aperta

19 de junho às 12h30
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Antigamente, quando chegavam os meses mais frios de inverno, era habitual os nossos avós receitarem muito chá de limão e mel para combater o vírus da gripe. A coisa corria sempre bem e os sintomas desapareciam três dias depois de a febre baixar.
Lá havia uma outra pessoa que sugeria também outras abordagens, dependendo do saber ancestral local, como um chá de “cascas de cebola”, para a tosse, ou mesmo de carqueja, ou um “escalda pés” com água quente, seguido da tradicional canja de galinha para espantar o mal-estar, a congestão nasal, e as dores de cabeça e de garganta, porta fora.
Julgo que as doenças respiratórias transmissíveis, como gripes e resfriados, poderão ocorrer todo o ano, mas é sem dúvida nesta época do frio que os casos de gripe aumentam porque o vírus movimenta-se melhor com temperaturas baixas e ar seco.
Isto é, até surgir o SARS-CoV-2, oriundo da China.
Vem isto a propósito do caso de um amigo que recentemente foi ao médico a queixar-se de um pequeno “resfriado”.
Apenas com uma pequena febre baixa, sem os habituais sintomas de gripe e também sem os sintomas da “covid-19”, com que os nossos governos nos amedrontam a cada 10 segundos, o homem recebeu por WhatsApp um naipe de vitaminas e um conselho: se os sintomas persistirem ou se piorar, vá fazer o teste PCR à covid-19.
Depois da “consulta digital”, à distância, reforçou a receita ancestral da avó com as vitaminas. Disse-me ele que no dia seguinte, o terceiro, estava melhor. Que passou bem a noite, sem febre, mas que ficou tão preocupado com o estigma que sofreu, depois de dizer que tinha apanhado um “resfriado”, que foi fazer o teste de covid-19.
É que os amigos, os vizinhos, os colegas de trabalho e até os familiares não o largaram com mensagens e telefonemas a procurar saber se o teste à covid-19 tinha “corrido bem”, ou seja, se o resultado tinha sido “negativo”.
Mas nunca perguntaram como estava de saúde e se tinha melhorado do “resfriado”.

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