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Opinião: O alerta das inundações

05 de agosto às 12h49
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As cheias que assolaram a europa central no mês passado mostraram que o dinheiro nada pode contra as forças da natureza. Tal como a Alemanha e Luxemburgo, a Bélgica pagou e ainda está a pagar a elevada factura dos estragos provocados pelos dias seguidos de chuva e intempéries.
O temporal, que transformou bairros e aldeias em autênticos montes de entulho e latas, veio também mostrar mais uma vez o lado solidário dos cidadãos. A mobilização imediata dos belgas foi de tal forma que, ainda subiam os níveis da água, e já se preparavam pontos de dádivas em Bruxelas. Pediam-se cobertores, roupas e comida em grupos nas redes sociais, criavam-se contas bancárias para donativos monetários,…
No meu bairro, os vizinhos (alguns com relações afectivas/familiares às regiões afectadas) já organizavam carros e voluntários para levar bens de primeira necessidade às zonas mais afectadas. A Cruz Vermelha chegou a um ponto em que pediu para não doarem mais comida, por falta de condições de armazenamento e distribuição.
Calcula-se que um em cada 12 cidadãos da Valónia (parte sul da Bélgica) tenha sido afectado fortemente pelas cheias (cerca de 300.000 pessoas). Cerca de 50 mil veículos ficaram inutilizados e casas inteiras desabaram completamente, algumas em zonas que não tinham sido ainda evacuadas. O triste balanço no país é até agora de 41 mortos e ainda 2 desaparecidos.
É sabido que as chuvas são frequentes na Bélgica, mas chover ininterruptamente durante semanas a fio é menos frequente, e muito menos com tamanha intensidade. E em Julho! A fragilidade do ser humano frente à natureza ficou mais uma vez provada nesta triste tragédia. As alterações climáticas continuam a não estar no topo das agendas políticas. E no entanto continuamos a dar cobertura a futilidades, esbanjamentos em turismo espacial e outras aberrações.

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