Opinião: Melhorar a Relação Transatlântica

Esta semana recebemos em Bruxelas a visita do Presidente dos EUA que participou em três cimeiras: NATO, G7 e Conselho Europeu. Num momento em que a Europa vive uma Guerra e a Ucrânia um ataque massivo à sua integridade territorial e à sua população, a visita de Joe Biden tinha especial interesse pelos resultados que poderia trazer até para fortalecer a relação transatlântica.
Efectivamente, durante dois dias a Europa e os Estados Unidos da América assinaram diversos acordos de cooperação. Em primeiro lugar, importa sublinhar que a Europa pretende reduzir a sua dependência energética face ao exterior, mas a diminuição da importação de gás natural tem de ser compensada com outros meios alternativos, ou através de novas rotas desde o médio oriente, norte de África ou através da importação de gás liquefeito dos EUA como foi recentemente anunciado. Uma estratégia a curto prazo enquanto a Europa não avança na sua ‘independência energética’, conforme referido na Declaração de Versailles.
Em segundo lugar, na área digital também se verifica um maior estreitamento da ligação não só porque finalmente a Europa e os Estados Unidos acertaram um novo regulamento de transferência de dados, respeitando os princípios, normas e valores que emanam da Europa, mas também porque o Conselho Transatlântico de Comércio e Tecnologia tem vindo a avançar nas áreas da Inteligência Artificial, protecção de dados ou em tecnologias emergentes.
Finalmente, diria que mais importante é o estreitar de laços entre democracias versus regimes autocráticos, onde a liberdade de expressão, de imprensa ou de direitos humanos são colocados em causa. Num momento em que a Freedom House anuncia que há mais de 14 anos que o mundo assiste a uma redução dos direitos, liberdades e garantias, é fundamental que as democracias estreitem laços e cooperem de forma mais eficiente.