Opinião: Eleições e novo Governo
O primeiro-ministro da Bélgica anunciou a sua demissão depois do desaire do seu partido liberal nas eleições federais, regionais e europeias, realizadas na passada semana. Alexander De Croo visitou o Rei Phillippe no Palácio Real para anunciar a saída do governo, depois de conseguir menos de 7% dos votos.
Combinando os votos dos partidos da região flamenga e da região francófona e agrupando por famílias políticas, os socialistas, liberais e o centro-direita conseguem ficar à frente do partido de direita Nova Aliança Flamenga (N-VA), mas o resultado do partido de De Croo ficou muito abaixo do esperado.
Seguindo os procedimentos, é o Rei que agora inicia o processo de formação de um novo governo federal, depois de consultar as mais diversas personalidades políticas. A nova coligação poderá levar meses a ser formada e deverá ser chefiada por Bart De Wever, líder do N-VA, grande vencedor a nível nacional (quase 20% dos votos). O novo governo deverá deixar de fora o partido de extrema-direita e anti-imigração Vlaams Belang, que ficou em segundo lugar ( 17,5%).
De Croo continuará a chefiar o governo até que seja encontrada uma nova coligação. As negociações para formação do executivo federal na Bélgica são tradicionalmente difíceis e prolongadas, dada a necessidade de incluir partidos da Flandres (de língua neerlandesa) e da Valónia (francófona) com tudo o que isso implica de prioridades, sensibilidades e objetivos diferentes.
Já em 2011 o país bateu o recorde mundial da mais longa crise política, com 249 dias de impasse político sem Governo. Foi nessa altura que percebi a frase: “Si vous comprenez la politique belge, c’est qu’on ne vous a pas correctement expliquée” – Se compreender a política belga, é porque não lha explicaram correctamente.