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Opinião: Calado é um poeta!

22 de janeiro às 09h14
1 comentário(s)

Durante os últimos anos Ventura habituou-nos a gerir a agenda política em função das primeiras páginas do dia, ou seja, nenhuma ideia concreta para coisa nenhuma. Apenas reações em catadupa forjadas no populismo mais puro. Agora, e pela primeira vez, o Chega quis deixar de ser o partido anti-ssistema e dar um ar de responsabilidade, começando então a apresentar propostas.
Mas, pasme-se ou talvez não, que entre o aumento do salário mínimo e a equiparação das pensões, os subsídios às forças de segurança, o acesso dos imigrantes à segurança social, entre muitos outros factos alternativos, o país ficou a saber que o Chega não tem a mínima noção do que será governar. As respetivas propostas são irrealistas, inexequíveis e muitas vezes assentes em mentiras.
Aplica-se aqui na perfeição a André Ventura a resposta de Romário – pequeno grande jogador brasileiro, conhecido pela língua afiada – a uma provocação do “Rei” Pelé: “calado é um poeta!”. O chorrilho de barbaridades e de demagogia de Ventura não podem ser levados a sério e precisam de ser desmascarados.
Mas se para Ventura e companhia é irrelevante a honestidade programática e a consistência no que é proposto – afinal de contas, sabem que não chegarão ao poder! – já não parece razoável o tempo de antena que lhes tem sido dado e inexoravelmente contribuído para ganhos de notoriedade e popularidade. As sondagens recentes não enganam.
A história confirma-nos o perigo dos demagogos, populistas e radicais. Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, sabia do que falava quando um dia disse que “uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”. O Ventura do Chega segue à risca esta estratégia: mente despudoradamente. E, incompreensivelmente, tem-lhe sido dado um palco mediático e tempo de antena que não são proporcionais à sua relevância e, ao invés, estão a ajudar a consolidar o monstro.
A campanha eleitoral – sobretudo os debates entre os diversos candidatos – servirá para desmarcar a estratégia da demagogia e da mentira do Chega, porém um jornalismo crítico e comprometido com os valores democráticos tem aqui uma responsabilidade cívica acrescida. Veremos…

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1 Comentário

  1. Ze da Gandara diz:

    Óh Sôdôtôr Castanheira, o Ventura que o senhor abomina, não é produto da formação do Komsomol do pêéssedê? Enquanto ele esteve por lá, ninguém o criticava… E quando ele começou a actuar a solo, idem aspas aspas… Agora é que acordou, Sôdôtôr?
    E o Sôdôtôr não tem no seu partido camaradas demagogos ou populistas tão ou mais demagogos ou populistas que o Ventura?
    O senhor estará pela auto-denominada "Cidade do Conhecimento"… Quando ruma para umas copas à Foz do Mondego pela auto-estrada, não encontrará algures a meio do caminho algum / determinado compagnon de route / camarada que não destoaria nada em termos de sonoridade das atoardas ao lado do Ventura nem nada?
    Presunção e água benta, cada qual toma a que quer…

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