Opinião: Adopção forçada
De vez em quando são noticiados casos ocorridos em Inglaterra sobre o risco iminente de as autoridades retirarem os filhos aos pais, normalmente acções qualificadas de injustas, quase sempre associadas a um ilegítimo interesse de encaminhar as crianças para adopção, nestes casos forçada, porque sem o consentimento dos pais. Uma vez que em Inglaterra existem empresas privadas de adopção, é comum em Portugal levantar-se a voz crítica sobre o negócio “sem escrúpulos”, que supostamente de tudo fará para alimentar o seu lucro “sujo”.
No pressuposto de não existirem sistemas perfeitos e de ser sempre de colocar a hipótese de haver pessoas que cometem crimes, parece-me que as críticas “portuguesas” nascem mais do facto de não termos o hábito (e muitas vezes nos opormos com veemência) ao facto de privados prestarem serviços públicos. Dizer que as agências de adopção privadas inglesas não olham a meios para “angariar” crianças é quase o mesmo que dizer que os tribunais ingleses condenam em penas privativas da liberdade para alimentar o negócio das prisões, pois em Inglaterra há mais de uma dezena que são geridas por empresas privadas.
Por mais que custe aos que endeusam um Estado paternalista, cuidador e empregador, há países onde muitos serviços ditos públicos são entregues a privados, devidamente acreditados para o efeito, contratualizados e fiscalizados. A questão é distinta. Para quem não saiba, diga-se desde já que em Inglaterra, tal como em Portugal, nenhuma criança pode ser adoptada sem que um Tribunal assim o decida. Lá, tal como cá, o problema é o de preenchimento dos requisitos necessários para o tribunal tomar tal decisão.
Em Portugal, a decisão só pode ser tomada depois de esgotadas todas as possibilidades de “recuperação” da família de origem e, mesmo assim, tem de haver uma avaliação que conclua que a reunificação familiar não corresponde ao interesse primordial da criança, não existindo ou estando seriamente comprometidos os vínculos próprios da filiação. Este limite que, uma vez ultrapassado, permite ao tribunal concluir que a adopção é o melhor para a criança, é diferente em Inglaterra, onde só se pode afastar os filhos dos pais se aqueles tiverem sofrido, ou estiverem em risco de sofrer, um dano significativo.
As diferentes concepções têm necessárias repercussões práticas. Em Portugal, demora muito tempo até ser possível alcançar a etapa da decisão judicial, o que quase sempre compromete a efectiva possibilidade de adopção (recordo que me refiro à adopção sem consentimento dos pais), desde logo porque a vasta maioria de candidatos a adoptar pretende crianças de tenra idade e sem problemas de saúde. É uma questão muito delicada, onde fazer julgamentos morais sobre as decisões tomadas com o fundamento do superior interesse da criança é o pior dos caminhos. No entanto, uma certeza tenho: só somos crianças uma vez na vida e devíamos poder desfrutá-la na plenitude.
Entre os "Serviços sociais" privados em Inglaterra e os públicos de Portugal, conseguidos com 100% de cunha e 0% de mérito ou de competência, não sei onde são precisos mais escrúpulos, ou onde o negócio é maior.
Sôdôtôr, se me permite a si me dirigir, não me levará a mal opinar que o Sôdôtôr andará um nadinha distraído quanto às bondades e malefícios de um ou outro sistema…
https://www.jn.pt/justica/tecnicas-julgadas-por-m…
O que opina sobre o relatado neste excerto jornalístico?
Se calhar, quem critica o que sucede em Inglaterra, critica o que por cá existe em Portugal e que independentemente da génese do sistema (privado ou público), existindo no sistema gente sem escrúpulos, mal formada e sem princípios, funcionará mal de qualquer das maneiras… E decerto concordará que, tratando-se da natureza humana, é algo que é difícil de resolver, a não ser que haja mão de ferro com quem faz como terão alegadamente feito as visadas na peça jornalística citada…
Daria por bem mais oportuna a sua intervenção se porventura tivesse tergiversado a respeito dos danos causados nas crianças retiradas à mãe alegadamente por causa de duas senhoras (de senhoras terão tido alguma coisa?), danos dos quais se calhar nunca irão recuperar…
O mesmo se diz daquela mãe que se consumiu enquanto durou uma mentira, que repetida certamente por colegas seus de profissão à la Goebbels e engolida e sufragada pelo Ministério Público e pelo Tribunal, dela se fez verdade.
Longe de ter sido caso único. No caso vertente veio a público porque se calhar não deu com uma pessoa pouco instruída incapaz de se defender e de fazer o caso público…
Sobre estas vítimas (das referidas alegadas mentirosas ressabiadas, do sistema corrupto e incapaz de se regenerar) ninguém fala… Porque será?
As mal-feitorias começam na Assembleia da República que o senhor tão bem conhece, onde se cozinham leis abjectas que depois são aplicadas por Tribunais que de olhos vendados, delegam na mão de espécimes destes a verdadeira decisão em matéria que marca para todo o sempre quem é impactado por tais decisões. São psicólogos, faculdades de psicologia, associações putativamente especialistas em matéria tutelar que debitam diarreias mentais de forma inconetinente e tudo depois o Tribunal assina de cruz, o que dá aso ao que se assiste… Claro, e pelo meio estão os seus colegas de profissão a nutrirem-se disso, atirando ainda mais gasolina para a fogueira…
O meu filho Santiago foi roubado com 5 dias de vida para adopção forçada. Tudo foi feito com base em falsas alegações. Os serviços sociais ignoraram sempre o pedido dos avós de ficar com ele. Não cometemos nenhum crime tal como milhares de outros pais que testemunham este negócio de tráfico de crianças feito dentro de portas fechadas dos tribunais de familia. A adopção é lucro com a separação de famílias!!! Iolanda Menino www-iolandamenino.com