Opinião- A festa da passagem de ano deve realizar-se?
Se há algo de que hoje temos consciência é de como é penoso o equilíbrio entre as medidas de saúde pública e o necessário funcionamento da economia. E ela é tanto mais afetada quanto maior é a natureza turística dos municípios. Não é por acaso que as festas de Passagem de Ano são períodos chave de cidades como a nossa.
Numa altura em que a pandemia volta a dar sinais de agravamento, redobra-se a necessidade de cuidados e volta a convocar-se a imaginação das autarquias para manter a vida na cidade mas quero acreditar, ainda assim, que possa ser possível realizar, senão na totalidade, parte das festividades. Foi possível à Figueira manter, por exemplo, a sua tradição do fogo de artificio.
A nossa cidade tem condições naturais para que ele se possa espraiar ao longo da costa, levando-o até locais em que não era habitual, sem comprometer as regras do afastamento social.
O efeito foi diferenciador, os figueirenses gostaram e quem sabe até se não se terá criado uma nova tradição. Caberá ao executivo, com a responsabilidade que se espera dos decisores públicos, avaliar o grau de prudência que se impõe e ser suficientemente criativo para, se assim entender, inventar forma de fazer acontecer sem incentivar aglomerados.
Naturalmente, caberá também a cada um tomar a opção que melhor se ajuste à responsabilidade individual que sempre cumpre manter.