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Opinião: A CIM e o combate ao insucesso escolar

18 de novembro às 13 h11
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O combate ao insucesso escolar é tomado cada vez mais como uma prioridade por quem tem poder decisório, sejam membros do governo ou autarcas. O insucesso faz hoje parte das preocupações quotidianas de pais, de professores, de políticos e nem todas as medidas que têm sido tomadas ao longo dos anos lograram o sucesso expectável aquando do seu lançamento.
Durante dezenas de anos esta maleita das sociedades foi ignorada ou escondida, como o comprova a elevadíssima taxa de analfabetismo que Portugal tinha quando se deu o 25 de abril de 1974 e que nunca havia sido claramente exposta e, quando o era, se preocupava em fazer cair sobre os “preguiçosos” alunos a responsabilidade da situação. Só a partir dos anos sessenta se despertou para o tema, nem sempre pelas melhores razões, dado que inicialmente foram as económicas e pouco mais do que isso que fez sair dos gabinetes ministeriais a orientação que urgia tomar o caso em mãos e fazer do que se considerava um problema individual um problema social. Só a partir daí, com muita tibieza, se começou a defender que este era mesmo um problema social que precisava de ser combatido.
Tem acelerado esta ideia, ganhando formas diferentes, cada vez mais se percebendo que o insucesso tem a ver com a miséria, com a fome, com a destruturação familiar, com a falta de habitações condignas, com uma sociedade em cacos. Os próprios métodos de ensino pela sua vetustez e inadequação podem contribuir para o desastre e as políticas educativas adotadas são verdadeiramente responsáveis e contribuem para que fique em fervura este caldo de maus resultados escolares.
Em Portugal as estatísticas demonstram que o insucesso escolar está relacionado com problemas de natureza social e económica, com as famílias mais desfavorecidas a apresentarem taxas de insucesso mais elevadas, seja esse insucesso visível na reprovação ou no abandono. E quanto mais o aluno repete anos mais a percentagem de insucesso tende a aumentar. Por isso mesmo, em muitos países não há repetências, mas aos que demonstram mais dificuldades são propostos meios vários de recuperação que se têm mostrado eficazes do ponto de vista da própria integração social.
Neste contexto cabe às autarquias um papel muito importante e a CIM da Região de Coimbra não se tem furtado a ele, como lhe compete, e autarcas e técnicos de educação que prestam serviço nas câmaras empenham os seus melhores esforços para combater o flagelo.
Uma primeira tarefa será a do combate ao abando escolar precoce. Muitas famílias ainda se satisfazem com os seus mais novos se ficarem pelo 9º ano (e até pelo 8º) esquecendo a obrigatoriedade de lhes dar o 12º ano. Saídos das escolas, sem habilitações e sem emprego à vista rapidamente são captados por esquemas de vida (que julgam ser uma vida fácil) que lhes acenam com o “el dorado” mas que os lançam em vidas frágeis e na marginalidade.
Uma segunda tarefa deve ser a de criar condições para uma escolaridade normal, a começar aos 3 anos de idade e terminar na idade de saírem para a vida ativa.
Uma terceira tarefa, também prevista pela CIM será a de aproximar a escola à comunidade, reforçando laços entre as comunidade educativas e estas com o resto da população.
Anda muito bem a CIM quando se candidata aos “Planos Integrados e inovadores de combate ao insucesso escolar”, encontrando “a estratégia de educação concertada para o território”.
Neste combate não há esforços a mais; todos são necessários para apagarem o fogo e a maldição que ainda vão caindo sobre as sociedades modernas. Louve-se, pois, os esforços da CIM da região de Coimbra nesta batalha pelo sucesso.

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