Opinião: A Bauhaus da Economia do Mar
Ao longo dos últimos meses tenho escrito sobre os mais diversos assuntos que estão ou estarão na ordem do dia da agenda política europeia. No entanto, acredito que muitas vezes é na intersecção entre várias políticas que se encontram ideias disruptivas, inovadoras e com capacidade de potenciar uma região ou mesmo um país.
De facto, há alguns meses que a União Europeia lançou as bases para a criação da Nova Bauhaus Europeia. Pretende-se assim desenvolver um projecto interdisciplinar que estabeleça pontes entre o mundo da ciência e da tecnologia e o mundo das artes e da cultura, num movimento criativo em que se explorem novas soluções de design e sustentabilidade.
Ao mesmo tempo, a Economia Azul tem assumido uma importância estratégica devido ao facto de vários actores económicos, sociais e políticos canalizarem mais recursos para a exploração dos nossos espaços marinhos. Actualmente, as actividades de economia azul contribuem para a criação de 4,5 milhões de postos de trabalho diretos e geram um volume de negócios superior a 650 mil milhões de euros em todo o território europeu.
É precisamente na intersecção do antigo projecto Bauhaus nascido na Alemanha com as actividades relacionadas com a Economia do Mar, acrescido à vertente multidisciplinar do conhecimento científico, que o Governo tem vindo a promover o Bauhaus do Mar (https://bauhaus-seas.eu).
O Bauhaus do Mar pretende ‘promover renovadas éticas e estéticas de desenvolvimento regenerador a partir das mais diversas dimensões da nossa relação continuada com o mar’. Um projecto extremamente inovador que será capaz de analisar as vertentes da erosão costeira, exploração marinha, energias renováveis ou mesmo potenciar a pesca costeira. Um projecto que vale a pena para a Região Centro, sobretudo para as suas cidades costeiras com um enorme potencial para abraçarem tamanho projecto.