Novos médicos exortados a defender a profissão
Os novos médicos, que ontem prestaram o Juramento de Hipócrates, foram impelidos a defender a profissão e o doente e a dignificar essa carreira.
A cerimónia organizada pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) realizou-se este domingo em formato online, para evitar riscos de contágio na atual conjuntura da pandemia de covid-19.
Os vários desafios da profissão foram referidos pelos intervenientes. Um deles foi as decisões políticas.
O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu que uma má decisão política pode ser pior para a prestação de cuidados de saúde do que o erro médico, porque o primeiro tem um impacto mais abrangente.
Os recados para Marta Temido não faltaram, face às suas recentes declarações relacionadas com a classe profissional.
Miguel Guimarães considerou esta uma “situação totalmente inaceitável” e defende que, ao contrário do que um gestor de topo deveria fazer, a liderança na Saúde não reconhece o valor dos que trabalham para esta.
O presidente da SRCOM, Carlos Cortes, disse na sua intervenção: “é nos momentos de maior aflição que reconhecemos o verdadeiro valor das pessoas, em que os corajosos se entregam à sua missão e em que os fracos, os maus líderes, costumam culpar os outros das suas debilidades e incompetências”.
Depois de recordar o trabalho feito pelos médicos na pandemia, principalmente nos primeiros meses da mesma, o dirigente da secção regional sublinhou: “estas histórias não são só histórias de resiliência dos médicos, são histórias de coragem, de compaixão e de dedicação aos doentes. São histórias de esperança”.
Face aos obstáculos que podem encontrar no Serviço Nacional de Saúde, advertiu: “Nunca deixem que nada nem ninguém interpor-se entre vós e o vosso doente”.
O evento contou ainda com José Manuel Silva, presidente da Câmara de Coimbra e antigo bastonário desta ordem profissional, e do pneumologista Filipe Froes, que proferiu a lição de sapiência.