Figueira da Foz: Tarifa dos RSU mantém-se (por enquanto) inalterada
A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) cedeu à pressão dos municípios abrangidos pelos serviços prestados pela ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro, integrada no Grupo Mota-Engil, e vai em 2025 manter o atual tarifário, por enquanto.
“A ERSAR, por pressão dos municípios, voltou a atrás e comprometeu-se a enviar uma decisão que mantém a tarifa em vigor, mas sem descartar a hipótese de poder vir a aumentá-la”, adiantou a vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, Anabela Tabaçó, ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Na passada sexta-feira, na reunião da Câmara da Figueira da Foz, Anabela Tabaçó havia avançado que a ERSAR decidira aumentar o preço do tratamento da tonelada de RSU, de 75 para 90 euros.
“[A ERSUC e a ERSAR] têm sido um problema”, afirmou Anabela Tabaçó, na sessão de câmara. “Ainda há pouco tempo recebemos a atualização [do tarifário], com um aumento de 20%”, acrescentou.
Desde a abrupta e acentuada subida do preço por tonelada de RSU que o Município da Figueira da Foz se insurge contra as medidas aplicadas pelo regulador do setor. A indignação subiu de tom quando a ERSUC distribuiu dividendos pelos acionistas. No início, estava praticamente sozinho na contestação.
A ERSAR justifica a sucessiva subida dos tarifários dos RSU com o reequilíbrio financeiro da exploração. No entanto, a ERSUC distribuiu dividendos pelos acionistas.
“Temos um processo contra a ERSUC, todos os municípios, em discordância com a distribuição de dividendos pelos acionistas.
O ideal seria cada município poder tratar os seus resíduos, à sua maneira. No futuro, traria bons proveitos para todos”, advogou Anabela Tabaçó, na reunião de câmara.
“Não há nada que tenha aumentos como estes”
Entretanto, a Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra (CIM-RC) pediu, à ERSAR, uma auditoria às contas da ERSUC. A resposta já chegou, mas, segundo avançou Anabela Tabaçó ao DIÁRIO AS BEIRAS, “pouco ou nada diz”.
“As coisas têm de ser resolvidas de forma célere, não podemos estar meses à espera de respostas de entidades”, reclamou a autarca eleita pelo movimento independente Figueira A Primeira (FAP), em declarações a este jornal.
Na mesma reunião de câmara, o presidente da autarquia, Santana Lopes, afirmou que a ERSUC “quer receber mais e não cumpre os planos”. E acrescentou que “há uma falta gravíssima do sistema”. Acerca dos aumentos aplicados pela ERSAR, Santana Lopes afirmou que “não há nada na vida que tenha aumentos como estes, de ano para ano [em três anos]”.
Pode ler a notícia completa na edição impressa e digital do dia 12/11/2024 do DIÁRIO AS BEIRAS