Entrevista: “É urgente construir estruturas que transformem o Polo II numa zona viva”
Porque se candidatou ao cargo de diretor da FCUTC?
Fui, durante seis anos, diretor do Departamento de Engenharia Informática (DEI) da FCTUC. Enquanto diretor do departamento, acompanhava a vida da faculdade e da Universidade de Coimbra (UC). Quando terminei esses seis anos, achei que estava num ponto de viragem na minha carreira. Por isso, pedi licença sabática para ir fazer atividade científica e dedicar-me à investigação. Entretanto, havia uma lista à direção da faculdade que não tinha candidato e que me convenceu a encabeçar a lista. Foi em setembro – já foi tarde porque as outras listas já tinham começado a trabalhar. Decidi avançar, porque durante a minha experiência de seis anos enquanto diretor do DEI, atravessei a pandemia, fiz transformações no DEI, consegui aumentar a visibilidade, a atratividade do Departamento de Engenharia Informática… Enfim, tinha a ambição de fazer aquilo que fiz no DEI: aumentar a visibilidade externa, aumentar a atratividade dos alunos, divulgar aquilo que se faz de boa investigação, combater alguns aspetos que têm corrido menos bem na faculdade, nomeadamente na atratividade de alguns cursos. Achei que tinha algumas condições, também, de melhorar o espaço do Polo I e do Polo II e colocar os departamentos a trabalharem mais uns com os outros.
Esta é a maior faculdade. É um porta-aviões, como disse quando tomou posse?
Sim. E vamos fazer voar este porta-aviões.
Mas é preciso ser um piloto com uma boa dose de coragem.
Pelo menos experiência tenho: tenho 63 anos, 40 anos de casa. Acho que tenho condições para ser um bom piloto deste porta-aviões.
Na sua tomada de posse também disse que existe um nível de qualidade variável na FCTUC. O reitor da UC chamou a atenção para o facto de alguns cursos já não serem tão atrativos. A Engenharia Civil é um deles, não é?
Sim. A Química e a Engenharia Química também estão a atravessar uma má fase.
O reitor da UC deixou o aviso de que é preciso começar a reagir antecipadamente. O que é que a FCTUC pode fazer?
Os cursos que têm problemas de atratividade têm que ser reformulados, têm que ser transformados em cursos mais atrativos.
Vão deixar de existir?
Não. Têm, eventualmente, que diminuir o número de vagas. Se eles tiverem o número de vagas adequado à procura, não passam por aquele estigma de terem deixado metade das vagas por preencher. A oferta tem que ser ajustada à procura e tem que ser criada uma nova oferta que seja atrativa, interessante, moderna, mais transversal e que envolva valências de vários departamentos noutras áreas, como a área digital, a área de gestão industrial, a arquitetura… Tudo isso são áreas que têm grande procura e onde podemos melhorar. Mas há outra como, por exemplo, a construção digital – há agora a área da construção baseada em tecnologias digitais, que é o Building Information Modeling, que é criar um modelo informático para suportar todo o trabalho dos engenheiros civis, arquitetos e, depois, a manutenção dos edifícios. Estamos a preparar oferta nessa área, ligando a parte de componente digital à engenharia civil e à arquitetura. Portanto, temos que ser criativos e encontrar oferta que seja atrativa para combater aquilo que é um problema na região Centro, que é o fosso demográfico. Na região Centro há falta de pessoas e há falta de jovens, estamos num vale demográfico.
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