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Comunidade Intermunicipal de Aveiro quer obras no Baixo Vouga para proteger território

06 de julho às 16h39
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O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Ribau Esteves, defendeu hoje que as obras projetadas para o Baixo Vouga Lagunar são essenciais para proteger o território e os valores ambientais.

Ribau Esteves falava na apresentação ao Congresso da Região de Aveiro de três projetos interligados, que visam controlar as inundações e impedir a progressão da água salgada nos campos do Baixo Vouga.

“Se nós não defendermos este território ele vai perder-se completamente e não vão passar muitos anos porque os efeitos das marés da ria vão acabar com os valores ambientais, com a atividade agrícola e perturbar gravemente a atividade industrial”, disse.

Criticando aqueles que “procuram vender-se e vender estudos”, responsabilizando-os pelo arrastar do processo, o presidente da CIRA lembrou que a defesa dos campos do Baixo Vouga Lagunar é um projeto com mais de 50 anos, que tem no contexto atual novas razões, como preservar a biocapacidade para armazenar carbono.

Acautelar a subida do nível das águas e prevenir fenómenos extremos como a enxurrada que derrubou e “levou” a ponte de Vilarinho, prejudicando a mobilidade das populações, são razões atuais que mencionou para fazer avançar os três projetos, que totalizam 35 milhões de euros.

“Obviamente há aqui questões de defesa ambiental que têm de ser acauteladas e vão ser acauteladas”, salientou Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para quem “as três obras do puzzle” devem atender às várias dimensões e que exemplificou com a salvaguarda para a passagem dos peixes que sobem o rio.

“O objetivo central é controlar a evolução da cunha salina no rio Vouga e dos seus campos marginais, bem como aquilo que ela provoca a montante, do ponto de vista social, económico e ambiental”, disse.

O pacote de obras hoje apresentado compreende o sistema de defesa primário dos campos agrícolas do Baixo Vouga, uma ponte-açude no rio Novo do Príncipe para manter a estabilidade do caudal de água doce e o alteamento da margem sul para proteger as povoações.

O sistema primário de defesa será formado por um complexo de diques e comportas que fazem a descarga do excesso de água em período de cheias e servem de barreira à água salobra da ria, em período de marés altas.

A ponte-açude está em fase de apreciação de propostas, após a realização do respetivo concurso público, e deverá ser adjudicada até ao final do mês. Já a requalificação da margem sul, para proteger os aglomerados urbanos de Cacia, Sarrazola e Vilarinho, está ainda em fase de estudo.

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