CIM e Politécnico de Coimbra querem a região como destino gastronómico de excelência

A Comunidade Intermunicipal (CIM) e o Politécnico de Coimbra assinaram hoje um protocolo para transformar a região num destino gastronómico e vínico de excelência, num projeto que envolve iniciativas como a criação do primeiro Observatório Gastronómico nacional.
“Lançamos o desafio de celebrar os sabores da nossa terra, de valorizar a nossa identidade e transformar a região de Coimbra num destino gastronómico e vínico de excelência”, afirmou hoje o vice-presidente da CIM Região de Coimbra, Luís Paulo Costa, na sessão de assinatura do acordo, que decorreu no Instituto Politécnico de Coimbra (IPC).
O projeto, intitulado “Coimbra Região Gastronómica”, nasceu de uma candidatura do IPC e da CIM de Coimbra à Linha +Interior Turismo Portugal, contando com um investimento de cerca de 574 mil euros, financiado pela Turismo de Portugal (70%) e pela Comunidade Intermunicipal.
“A gastronomia e os vinhos da região de Coimbra são mais do que simples elementos da oferta turística. Na realidade, são fator de atração e uma marca identitária”, sustentou Luís Paulo Costa, destacando o leitão da Bairrada, o arroz do Baixo Mondego, a chanfana, os queijos do Rabaçal e da Estrela, os vinhos da Bairrada e do Dão e a doçaria local.
Iniciado em março, o projeto deverá prolongar-se por mais dois anos, passando pela qualificação da oferta do setor e por uma série de eventos e iniciativas, como a criação de cartas gastronómicas e menus, a promoção de um programa de educação turística e a elaboração de um ‘food truck’, que vai percorrer toda a região.
“Há efetivamente ainda muito trabalho para fazer. E daí também esta parceria muito importante com a academia, particularmente com o Instituto Politécnico e com a Escola de Hotelaria”, frisou o vice-presidente da CIM, à margem da cerimónia.
Uma das medidas a desenvolver pelo Coimbra Região Gastronómica será a criação do primeiro Observatório Gastronómico do país, provavelmente no espaço do Politécnico, para “monitorizar os indicadores críticos do setor do turismo, particularmente na região, naquilo que tem a ver com as dormidas, mas também com estas camadas de produto e de experiências”, explicou.
Na sua intervenção, na sessão de assinatura do protocolo, o presidente do Politécnico de Coimbra, Jorge Conde, afirmou que o Observatório “poderá ser um espaço fundamental na estruturação dos produtos e serviços gastronómicos, garantindo aos produtores e operadores a defesa do que produzem na criação de uma espécie de região DOC [Denominação de Origem Controlada]”.
Já o secretário executivo da CIM Região de Coimbra, Jorge Brito, indicou que o facto de Portugal ter sido eleito o Melhor Destino de Enoturismo do Mundo, em 2024, e de Coimbra ter sido reconhecida como Região Europeia da Gastronomia, em 2021, foram alguns dos antecedentes que levaram ao projeto hoje apresentado.
Os objetivos passam pela valorização do património da região, envolvimento com as comunidades locais, qualificação, transferência de conhecimento, inovação e diferenciação e a sustentabilidade ao longo de toda a cadeia de valor, acrescentou.
No âmbito do projeto, será realizada uma nova edição do “Coimbra Região Gastronómica”, evento que se debruça sobre a identidade gastronómica e vínica regional, entre os dias 14 e 16 de novembro, no Convento São Francisco, na margem esquerda do Mondego, em Coimbra.
Em 2024, a iniciativa contou com cerca de 50 chefs ligados à região, 40 produtores e 13 produtores de vinho, além de 14 restaurantes, números que se pretende aumentar na edição deste ano, referiu, à agência Lusa, Paulo Queirós, do restaurante de Coimbra Cordel Maneirista.
A iniciativa é de entrada gratuita, embora algumas das atividades programadas sejam pagas.