Brasão de Souselas e Botão apresentado e sede para breve

Um dos fatores identitários mais importantes de uma freguesia é o seu brasão e ontem a União de Freguesias de Souselas e Botão reforçou o seu espírito de unidade ao apresentar oficialmente um novo brasão.
O presidente da união de freguesias, Rui Soares, explicou que foi “um processo longo, que durou cinco anos, com avanços e recuos entre as propostas que foram feitas pelas coletividades, os critérios definidos pela Comissão de Toponímia e os pareceres da Associação de Arqueólogos Portugueses”.
Aliás, tinha havido antes uma proposta de brasão que chegou a ir a votação à Assembleia de Freguesia, “mas era tão feio… tão feio… que foi chumbado por unanimidade”, constatou o autarca local.
elo contrário, o brasão ontem apresentado é consensual, com António Quinteira, que coordenou a sua conceção, a explicar que “inclui referências à vida religiosa e à vida civil”.
A história de Santiago
Em grande destaque, no centro do brasão, está uma “vieira”, que remete para várias referências históricas, incluindo o facto de Souselas ter sido território da Ordem Militar de Santiago. Acresce que o santo também é o patrono da terra e por ali passa o “Caminho de Santiago”, cujos peregrinos percorrem em direção a Compostela (Espanha).
Outros elementos registados no brasão é uma torre sineira, que representa todo o património histórico e artístico de Souselas e Botão, bem como dois cachos de uvas, simbolizando a tradição vitivinícola daquela zona do norte do concelho de Coimbra.
Acresce uma base em preto, que representa a terra fértil daquela zona, seja para a agricultura – onde se destaca a olivicultura – seja pelos recursos rochosos que resultaram na atividade extrativa da cimenteira local da Cimpor.
Aliás, a unidade fabril que domina a paisagem foi motivo de referência do discurso do vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Francisco Veiga, presente na cerimónia de ontem também como residente da freguesia que foi durante década e meia.
Referiu que “esta terra esteve 20 anos de costas viradas para a Cimpor, mas não vale a pena tentar evitá-la, porque ela está cá e labora de acordo com os critérios exigidos”.
Parceria com a Cimpor
Neste contexto, Francisco Veiga congratulou-se com a parceria que a união de freguesias estabeleceu com a empresa, que resultou no apoio à aquisição de um autocarro para a população e o financiamento de parte da construção da nova sede da união de freguesias, com o autarca local a garantir que será inaugurada em breve.
O vice-presidente da câmara garantiu que o executivo eleito nas recentes autárquicas “quer transferir mais competências e mais dinheiro para as freguesias, mas também mais responsabilidades; todas tratadas da mesma forma, sem fazer discriminações como acontecia até há pouco tempo”.
O presidente da união de freguesias concluiu: “Este dia é marcante e estou de coração cheio por todas as pessoas que estão comigo desde 2013 fazendo desta freguesia uma referência”.