25 Abril: Portugal votou em massa há 50 anos nas primeiras eleições livres

Portugal votou em massa há 50 anos para a Assembleia Constituinte nas primeiras eleições livres, que registaram uma afluência histórica às urnas nunca depois repetida, de 91 por cento, e deram a vitória ao PS.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, há 51 anos, o Movimento das Forças Armadas teve como prioridade a convocação, no prazo de um ano, de uma Assembleia Constituinte eleita.
As eleições realizaram-se no dia 25 de abril de 1975 e votaram 91,7 por cento dos 6.176.559 milhões de eleitores recenseados. Antes do meio-dia, milhares de pessoas já tinham votado ou estavam nas filas de espera nas assembleias de voto, “de cravo ao peito”, como descrevia no dia seguinte o jornal “O Século”.
Durante a campanha eleitoral, de 02 a 23 de Abril de 1975, os 14 partidos e coligações concorrentes organizaram centenas de comícios, sessões de esclarecimento nas ruas e distribuíram panfletos, todos com direito a tempos de antena televisivos e na rádio, num modelo que vigora até hoje.
Num comício de campanha do CDS, Freitas do Amaral prometeu mais liberdade, remunerações mais justas para trabalho e maiores benefícios assistenciais.
O PCP prometia instaurar um regime democrático, elevar o nível de vida das classes trabalhadoras, entregar a terra a quem a trabalha e liquidar o poder dos monopólios.
O PPD apresentava-se como “um partido responsável” que respeitaria o resultado das eleições. Francisco Pinto Balsemão previa que o projecto de uma democracia formal estava afastado em Portugal, pelo menos a curto ou médio prazo.
Dias depois das eleições, o então secretário-geral do PS, Mário Soares, assegurava que o país caminhava para o socialismo, ressaltando os “passos decisivos” nessa via, apesar de a sociedade capitalista manter-se ainda em Portugal.
O PS de Mário Soares venceu as eleições com 37,8 por cento dos votos e elegeu 116 deputados. O PPD teve 26,3 por cento e elegeu 81 deputados, o PCP obteve 12 por cento e 30 deputados eleitos, o CDS 7,6 por cento e 16 mandatos. O MDP/CDE elegeu 5 deputados com 4,4 por cento dos votos.
A Associação de Defesa dos Interesses de Macau elegeu um deputado, com 0,03 por cento dos votos.
A UDP, com 0,79 por cento dos votos, surpreendeu ao conseguir a eleição de um deputado. João Pulido Valente chegou a ser o cabeça de lista mas foi substituído por Américo Reis Duarte, um operário da Lisnave.
De fora da Constituinte ficaram a Liga Comunista Internacional, o Movimento de Esquerda Socialista, onde militou o ex-líder do PS Ferro Rodrigues, o Partido de Unidade Popular, a Frente Socialista Popular, Partido Popular Monárquico e a Frente Eleitoral Comunista.
Os 250 deputados eleitos tinham como única tarefa redigir a Constituição da República Portuguesa num prazo de três meses, que viria a ser sucessivamente alargado. A Lei Fundamental ficou concluída em dez meses, após 132 sessões plenárias e 327 comissões especiais, “ocupando um total aproximado de 1000 horas”, como descreveu o presidente da Constituinte, Henrique de Barros.
A Constituição foi aprovada na globalidade a 2 de Abril de 1976, com os votos favoráveis de todos os deputados e o voto contra do CDS. Seria promulgada pelo presidente da República de então, Costa Gomes, na própria Assembleia, no mesmo dia.
Foi muito bom… Tão bom que ainda estamos a continuaremos a pedalar na bosta… Mudou-se o regime mas não se acabou com os chulos… Até se chegar ao ponto de haver um PM suspeito de comportamento pouco ético que diz que se for constituído arguido que não se demite (qualquer cidadão normal ao começar a driblar a lei com declarações dúbias e a contornar a lei à contorcionista já tinha visto ameaças de xadrez certamente e a vida desgraçada enquanto que o tal sócras 2.0 aí continua a fazer do eleitor idiota útil)