The Legendary Tigerman atua em Coimbra num “contributo para sobrevivência do setor”
O músico The Legendary Tigerman (Paulo Furtado) atua este mês em cinco clubes de música, em Aveiro, Coimbra, Leiria, Torres Vedras e Loulé, num “contributo para a sobrevivência do setor”, foi hoje anunciado.
“The Legendary Tigerman está de regresso aos Clubes, na companhia da sua banda, para cinco noites de ‘Fix of Rock’n’Roll’, entre 19 e 23 de julho. Este projeto é uma declaração de amor de Paulo Furtado aos Clubes, que foram essenciais na sua construção enquanto pessoa e artista, e pretende ser o seu contributo para a sobrevivência do setor”, lê-se num comunicado hoje divulgado pelo agenciamento do músico.
Os concertos estão marcados para o Avenida, em Aveiro, no dia 20, o Salão Brazil, em Coimbra, no dia 21, o Texas Bar, em Leiria, no dia 22, o Bang Venue, em Torres Vedras, no dia 22, e o Bafo de Baco, em Loulé, no dia 23 de julho.
Por se tratar de espaços pequenos e com a lotação reduzida, devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19, os bilhetes, que estão à venda a partir de hoje, “são muito limitados”.
Quem não conseguir assistir ao vivo, poderá acompanhar os concertos em direto na página oficial de The Legendary Tigerman no Instagram. Embora não haja bilhetes para esta transmissão ‘online’, o músico apela a que sejam feitos donativos (em https://www.thelegendarytigerman.com/fixofrocknroll).
O dinheiro angariado será “distribuído em três partes iguais”, entre a União Audiosivual, os clubes e o artista. “Também os bilhetes para os concertos terão as suas receitas divididas com os clubes”, lê-se no comunicado.
Os cinco espetáculos terão “alinhamentos diferentes, proporcionando experiências únicas”.
Para Paulo Furtado, “o circuito português de clubes é essencial para o tecido social, cultural e económico da indústria musical”.
O músico, citado no comunicado, lembra que “os clubes são tradicionalmente os primeiros a investir no talento emergente, servindo de bússola que aponta o futuro da música”, e alerta para o facto de, “dois verões após o início da crise provocada pela pandemia covid-19, que afastou estes espaços da sua vocação fundamental”, ser “tempo de voltar a eles e de lhes retribuir o que sempre deram ao setor”.
Este projeto do músico é apoiado pelo Programa Garantir Cultura e foi criado “para trazer o foco para o debilitado circuito de clubes, estimulando o seu ressurgimento, enquanto paralelamente se promove a atividade de artistas, equipas técnicas e de produção”.
Embora as salas de espetáculos tenham podido reabrir, para estes e outros espaços tal não lhes permitiria sobreviverem. Vários clubes estão encerrados há mais de um ano.
“A nossa reabertura, no sentido de sermos viáveis, só pode contar a partir do momento em que isso seja possível [reabertura dos espaços de dança], porque este tipo de salas pequenas, de programação, não é viável só a fazer um espetáculo. Mesmo que não houvesse limitações para a componente de espetáculos, estas salas só são possíveis se trabalharem em horários muito prolongados e se trabalharem a componente de ‘clubbing’. Tudo o que não seja isto não torna viável estes projetos”, explicou à agência Lusa Gonçalo Riscado, diretor da CTL, empresa proprietária do Musicbox, em Lisboa, em março deste ano.
A Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou, em novembro do ano passado, que iria apoiar as salas e clubes com programação musical, no valor de 600 mil euros, no âmbito do plano de apoio às empresas, emprego, famílias e associações, criado na sequência do agravamento do contágio da covid-19 e do impacto económico e social das novas restrições à circulação.
O apoio da CML a estes espaços, de acordo com a associação Circuito, que surgiu no ano passado e junta mais de duas dezenas de salas de programação musical de todo o país, “garantiu a sobrevivência destas salas durante os meses de inverno através da compensação do prejuízo mensal provocado pelos custos fixos, mantidos desde março de 2020, que não são visados por outras medidas de apoio extraordinárias criadas para fazer face ao impacto causado pela pandemia”.