Teatrão estreia terça-feira criação com exercícios e “aprendimentos” para crianças
Exercícios de Ser Criança e Outros Aprendimentos” é a mais recente criação do Teatrão, que a companhia de Coimbra leva, a partir de terça-feira, a várias escolas primárias e jardins-de-infância do concelho.
De acordo com o Teatrão, a nova peça de teatro é dirigida a públicos infantis e foi criada a partir do imaginário poético do escritor brasileiro Manoel de Barros, em coprodução com o Centro Escolar Quinta das Flores.
“Durante pouco mais de um mês, o Centro Escolar Quinta das Flores recebeu no seu estabelecimento a companhia, para que alunos entre os sete e oito anos de idade, de todos os tipos de contexto social, pudessem trabalhar connosco o espetáculo”, informa.
A estreia de “Exercícios de Ser Criança e Outros Aprendimentos” está agendada para as 11:00 de terça-feira, com o espetáculo a ser levado à Escola Básica de Cernache.
Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, a companhia de teatro refere que, numa primeira fase, “Exercícios de Ser Criança e Outros Aprendimentos” vai circular por escolas do concelho de Coimbra, no âmbito do Programa Socioeducativo, Cultural e Intergeracional do Município de Coimbra.
Até ao dia 22 de março, de terça-feira a sexta-feira, terão oportunidade de assistir a “Exercícios de Ser Criança e Outros Aprendimentos” os alunos que frequentam as escolas básicas de Cernache, Norton de Matos, Santa Cruz, Sólum-Sul, Nº 1 de Taveiro, Souselas, Vilela, Conchada, S. Bartolomeu, Trouxemil, EB de Arzila e jardim de Infância dos Olivais.
Numa segunda fase, o espetáculo vai fazer temporada aberta ao público geral, entre o final de maio e o início de junho, na Oficina Municipal do Teatro.
Segundo o Teatrão, na peça de teatro de 40 minutos, dois intérpretes exploram elementos e vestem figuras de quatro poemas do autor Manoel de Barros: “O menino que carregava água na peneira”, “O apanhador de desperdícios”, “Bernardo é quase uma árvore” e um excerto de “A menina avoada (para Martha)”.
Em “Exercícios de Ser Criança e Outros Aprendimentos”, o corpo é o ponto de partida para a criação de espaços e personagens, “progredindo conforme os seus elementos e ações, que transcendem para o poético e entram em contacto com o eu, convidando todos a deixar-se levar da forma mais genuína possível pelas aventuras propostas”.
“O processo criativo constituiu em desafiar os limites do real e o imaginário desafiando as conceções comuns do valioso, belo e útil. Concebemos vozes, cenários, espaços, situações e corpos que projetem as sensações das situações descritas pelos poemas de Manoel de Barros, oscilando entre o objetivo e o subjetivo”, descreve.
Desperdícios, desimportâncias, despropósitos ou desheróis são palavras do poeta que inspiram o Teatrão a olhar o mundo com “a esperança da construção de futuros melhores”.