Sessão de homenagem aos socialistas de Coimbra que “sempre falaram pela sua voz”
Foi em nome do “valioso respeito pela dignidade humana” que muitos fizeram questão de estar presentes na sessão de homenagem aos socialistas de Coimbra, e da região, que tiveram papel fundamental na construção de Abril.
A iniciativa “O Grupo de Coimbra do PS na construção de Abril” decorreu ontem no Colégio da Trindade da UC para lembrar nomes como os de Fernando Valle, António Arnaut, Manuel Alegre, Luís Marinho, Manuel Machado, António Campos, Teresa Portugal, entre muitos outros.
“O que representam para nós? Representam a ideia de que uma conceção ética da vida prevalece acima de qualquer outra conveniência e que, de acordo com as nossas convicções políticas, e com os nossos compromissos, há uma coisa que deve prevalecer: o sentido de dignidade, o sentido da honra, o sentido do respeito mútuo, o sentido da coragem, que é, aliás, um dos aspetos que faz falta na vida política, para não dizer em tantas outras dimensões da nossa vida pública”, afirmou o também presidente da Associação dos Ex-Deputados da Assembleia da República (AEDAR), uma das entidades que promoveu o evento.
Álvaro Beleza, presidente (reeleito esta semana) da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (Sedes), disse haver uma característica comum nos socialistas que ontem foram homenageados.
“Foram e são insubmissos”. Se há algo comum em todos eles é não andarem às ordens de ninguém, e muitos deles, independentemente da idade, sempre falaram pela sua voz. Só nos resta estar à altura deles nessa atitude de coragem, de luta pela igualdade e pela liberdade”, afirmou.
Ao intervir na sessão, Albino Almeida, presidente da Associação Nacional de Assembleias Municipais (ANAM), disse que é necessário “fazer muito mais pela cultura democrática – aquela que faltou na ditadura e a que depois faltou durante na intolerância inicial do pós-25 de Abril”.
“Espero que não falte quando esses aprendizes de feiticeiro perceberem que a vida não começou com eles, que a vida não lhes é tributária de coisa nenhuma. Eles é que são tributários da vida de quem lutou pela democracia a todos os níveis, incluindo nas autarquias locais”, realçou.
Momento antes, João Nuno Calvão da Silva, vice-reitor para as Relações Externas e Alumni da UC, tinha lembrado que o PS “foi, é e será um partido determinante” para a democracia portuguesa. “É através dessa ligação ao passado que devemos lembrar o presente e projetar o futuro. Porque a democracia não é um bem imutável”, advertiu.
A iniciativa teve lugar depois de se ter realizado uma sessão semelhante dedicada ao Grupo de Coimbra do PPD e foi promovida pelo mesmo conjunto de entidades (à Sedes, à ANAM e à AEDAR juntaram-se, na organização, a Civicus – Associação de Dinamização Cívica), na data em que se celebrou o Dia da Federação de Coimbra do PS.